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SÃO PAULO (Reuters) - A segunda safra de milho do Brasil em 2024/25 foi estimada nesta quarta-feira em recorde de 112,9 milhões de toneladas, alta de 10,5% ante a temporada passada, o que permitirá ao país ampliar suas exportações, conforme estimativa da Agroconsult.
Em avaliação antes da expedição técnica Rally da Safra, a consultoria estimou a área plantada em 17,9 milhões de hectares na segunda safra, aumento de 1 milhão de hectares (6,1%) ante o ciclo 2023/24, enquanto vê as lavouras em boas condições em Estados como Mato Grosso e Goiás.
A segunda safra responde pela maior parte do milho produzido no Brasil, com a Agroconsult considerando que pode deter uma parcela de mais de 80% da produção total do cereal brasileiro, estimada em 140 milhões de toneladas pela consultoria.
"Trata-se de uma segunda safra de milho com crescimento expressivo de área, mas que carregava uma dúvida grande sobre seu potencial produtivo em razão das lavouras terem sido implementadas em calendário de maior risco", disse coordenador do Rally da Safra, André Debastiani, em nota.
Segundo ele, nessa mesma época no ano passado o Rally vinha computando perdas de produtividade em diversos Estados, como Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, em função da estiagem.
"Já nesse início da etapa milho, apesar de sabermos que existem alguns problemas, como é o caso do Oeste do Paraná, onde as primeiras lavouras sofreram com a estiagem em janeiro, não há Estados em situação crítica. Ao contrário: Mato Grosso e Goiás já estão com sua safra praticamente definida e têm tudo para ultrapassar os recordes anteriores, a depender dos resultados de campo", comentou.
A Agroconsult estima a produtividade da segunda safra em 105 sacas por hectare (+4,1%) -- o índice ainda não é o maior já registrado, mas tem um excelente potencial a ser confirmado pelos técnicos, a depender das condições em campo", afirmou a Agroconsult, citando levantamento a campo que será realizado pelo Rally, que está iniciando os trabalhos.
Diante dessa projeção, a produção total de milho (primeira e segunda safra) pode alcançar 140 milhões de toneladas, a segunda maior da história, notou a consultoria, citando que o recorde foi em 2022/23 (141,8 milhões de toneladas).
EXPORTAÇÕES E GRIPE AVIÁRIA
Debastiani afirmou que a consultoria estima a exportação de milho do Brasil da safra 2024/25 em 42,8 milhões de toneladas, o que seria um crescimento de mais de 14% na comparação com o número registrado no ciclo anterior.
A avaliação difere daquela da Conab, que vê uma queda anual e projetou em seu levantamento, divulgado no início do mês, 34 milhões de toneladas --a estatal também vê uma segunda safra menor do que consultoria, de quase 100 milhões de toneladas.
O especialista da Agroconsult afirmou que ainda é cedo para estimar impactos no consumo e nos preços do milho decorrentes do foco da gripe aviária. E que, a princípio, isso aconteceria se outros casos em granjas comerciais forem registrados.
Mas ele acrescentou que, independentemente de eventuais impactos da gripe aviária no consumo de milho, o Brasil terá excedentes, caso esta grande safra esperada se confirme.
"O preço do milho caiu bastante ao longo do último mês por conta da safra de milho grande...", afirmou.
No acumulado do mês, a queda do preço do milho é de mais de 9%, para R$72,59 a saca, segundo indicador do Cepea.
(Por Roberto Samora)