LONDRES (Reuters) - O aumento na produção global de petróleo, liderado pelos Estados Unidos, provavelmente vai ultrapassar o crescimento na demanda neste ano, afirmou a Agência Internacional de Energia nesta terça-feira.
A agência aumentou a previsão de crescimento na demanda por petróleo em 2018 para 1,4 milhão de barris por dia ante estimativa anterior de 1,3 milhão, depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) ampliou sua perspectiva para a expansão da economia global este ano e em 2019.
A demanda por petróleo subiu a uma taxa de 1,6 milhão de barris por dia em 2017, disse a AIE, em relatório mensal. Entretanto, o rápido crescimento da produção pode superar qualquer avanço na demanda e começar a elevar os estoques da commodity.
"Hoje, depois de cortar custos acentuadamente, os produtores norte-americanos estão aproveitando uma segunda onda de crescimento tão extraordinária que em 2018 o aumento da produção deles poderá se igualar ao crescimento da demanda global", afirmou a AIE.
"Em apenas três meses até novembro, a produção de petróleo dos EUA subiu em colossais 846 mil barris por dia e vai em breve superar a da Arábia Saudita. Até o final deste ano, também poderá superar a Rússia e virar um líder global."
A produção de petróleo dos EUA pode alcançar 11 milhões de barris por dia até o final deste ano, segundo estimativas da agência de informações de energia dos EUA.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), junto com outros exportadores como a Rússia, fizeram um acordo para manter restrição sobre a oferta da commodity pelo segundo ano em 2018 para forçar queda nos estoques e apoiar os preços.
Os estoques de petróleo nas nações mais ricas do mundo caíram 55,6 milhões de barris em dezembro, para 2,851 bilhões de barris, a queda mensal mais acentuada desde fevereiro de 2011, afirmou a AIE.
"A alta nos preços do petróleo foi interrompida e invertida, e, segundo nossa análise sobre o equlíbrio de oferta e demanda, deve acontecer o mesmo nas ações do setor petrolífero, pelo menos no início deste ano", afirmou a AIE.
(Por Amanda Cooper)