Alta maior do PIS/Cofins na gasolina protege setor de etanol, diz JOB Economia

Publicado 20.07.2017, 18:38
© Reuters. Colheita de cana-de-açúcar em Valparaíso, no Estado de São Paulo
PETR4
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SÃO PAULO (Reuters) - A elevação na alíquota de PIS/Cofins incidente sobre a gasolina, anunciada nesta quinta-feira pelo governo, não retira o "benefício" da queda nas cotações do combustível para o consumidor e ainda pode ser considerada "protetora" para o setor de etanol, disse o sócio-diretor da JOB Economia e Planejamento, Julio Maria Borges.

Isso porque a indústria de cana-de-açúcar foi contemplada com uma alta menor dos tributos do que a gasolina, o que tende a favorecer a competitividade do etanol hidratado --concorrente do combustível fóssil-- e consequentemente impulsionar suas vendas, explicou o consultor.

"Para o setor (de etanol) é bem-vindo, é uma medida protetora, em linha com uma política ambiental sadia. Acredito que a competitividade do álcool com a gasolina, que estava sendo dificultada, tem condições de se recuperar, aumentando as vendas de etanol", destacou.

O etanol tem encontrado mais dificuldade de competir com a gasolina, mesmo na safra quando os preços tendem a cair, porque a nova política de preços da Petrobras (SA:PETR4) tem seguido as cotações internacionais do petróleo, mais pressionadas nos últimos tempos.

O governo elevou a alíquota de PIS/Cofins incidente sobre o litro de gasolina de 0,3816 centavos para 0,7925 centavos. No caso do etanol produtor, passou de 0,12 centavos para 0,1309 centavos, enquanto no etanol distribuidor, de zero para 0,1964 centavos.[nL1N1KB1W7]

"Sob o aspecto macroecômico, é uma saída que o governo tem para resolver o déficit de caixa dele. O benefício que a população tem tido com a queda da gasolina será compensado, reduzido, mas não anulado", afirmou ele.

Procurada, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), principal associação de usinas do país, afirmou que não iria se manifestar sobre o assunto por enquanto. O setor defende que o biocombustível tenha vantagens tributária por ser menos poluente.

© Reuters. Colheita de cana-de-açúcar em Valparaíso, no Estado de São Paulo

Já o Sindicom, que representa os distribuidores de combustíveis, afirmou que não comentaria o assunto e o impacto da medida para o preço na bomba.

(Por José Roberto Gomes)

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