Bruxelas, 2 set (EFE).- A economia europeia acelerou sua
recuperação no segundo trimestre de 2010, impulsionada pelo forte
crescimento registrado na Alemanha nesse período, que registrou o
maior aumento do Produto Interno Bruto (PIB) desde a reunificação do
país, em 1990.
Dados publicados nesta quinta-feira pelo escritório de
estatística comunitária confirmam uma recuperação, liderada por
potências como a Alemanha, que registrou alta do PIB de 2,2%; bem
acima de 0,2% vivido na Espanha e Portugal, e do retrocesso de 1,5%
registrado na Grécia, única economia europeia que segue em recessão.
Concretamente, o PIB subiu 1% tanto na zona do euro quanto no
conjunto da UE, segundo a primeira revisão dos dados de PIB do
segundo trimestre, que confirma os números divulgados pelo
escritório de estatística em 13 de agosto.
Trata-se do quarto trimestre consecutivo em que a economia
europeia se expande e agora o fez em um ritmo consideravelmente
superior ao registrado nos dois trimestres, de 0,3% e de 0,2%,
confirmando a consolidação da recuperação no Velho Continente.
Além disso, a segunda estimativa publicada hoje pelo Eurostat
modifica levemente para cima a evolução anualizada do PIB europeu,
que nos últimos 12 meses aumentou 1,9% tanto na zona do euro quanto
no conjunto da UE, que foi fixado anteriormente em 1,7%.
As evoluções anualizadas do trimestre anterior também foram
modificadas nas duas zonas para 0,8% e 0,7%, acima de 0,6% e 0,5%.
Desta maneira, a economia europeia se comportou melhor de que
seus principais concorrentes, os Estados Unidos e o Japão, que no
segundo trimestre cresceram abaixo do esperado.
A economia americana expandiu 0,4% (com relação ao percentual de
0,9% registrado de janeiro a março de 2010) e a japonesa 0,1%
(contra 1,1% do trimestre precedente), embora em termos anualizados
os Estados Unidos continuem em vantagem sobre a Europa, por terem
registrado elevação do PIB de 3% no segundo trimestre.
Para o melhor desempenho da situação econômica europeia
contribuiu o comportamento das exportações, que progrediram 4,4% na
zona do euro e 4% no conjunto da UE (com relação a 2,4% e 2% vividos
nos três meses anteriores).
As importações aumentaram 4,4% na zona do euro e 4% nos 27 (após
registrar respectivas altas de 4% e de 3,6%, no trimestre anterior);
enquanto os investimentos aumentaram 1,8% e 1,7%, respectivamente,
após recuos de 0,4% e de 0,6% nos três meses anteriores.
Além disso, as famílias melhoraram ligeiramente seu comportamento
no segundo trimestre do ano, cujo consumo final aumentou 0,5% tanto
na zona do euro quanto no conjunto da UE, após incrementos de 0,2% e
de 0,1%, respectivamente, no trimestre precedente.
Além da Alemanha, as grandes economias da região contribuíram
para os bons números, com crescimentos trimestrais do PIB de 1,2% no
Reino Unido (Eurostat modificou 0,01% para cima), de 0,9% na
Holanda, de 0,6% na França e de 0,4% na Itália.
Outros países como Espanha e Portugal apresentaram crescimentos
mais anêmicos, de 0,2%; Letônia, de 0,1%. Hungria teve crescimento
nulo.
No negativo só ficou a Grécia, onde a recessão se agravou, como
demonstra a queda trimestral do PIB de 1,5% devido ao corte do gasto
público iniciado para evitar a quebra do país e à queda na demanda.
EFE