Por Rania El Gamal
DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita vai colocar mais petróleo no mercado nos próximos meses para compensar a queda na produção iraniana, mas está atenta à possibilidade de limitar a produção no ano que vem para equilibrar oferta e demanda globais, uma vez que os Estados Unidos bombeiam mais óleo bruto.
O reino, principal produtor da Opep, sofreu nova pressão na semana passada do presidente dos EUA, Donald Trump, para segurar os preços da commodity antes de uma reunião em Argel entre vários ministros e aliados da Opep, incluindo a Rússia.
Duas fontes familiarizadas com a política da Opep disseram que a Arábia Saudita e outros produtores discutiram um possível aumento de produção de cerca de 500 mil barris por dia (bpd) entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os aliados não pertencentes ao cartel.
Mas Riad decidiu não pressionar por um aumento oficial agora, pois percebeu que não garantiria o acordo de todos os produtores presentes nas negociações, alguns dos quais não têm capacidade de produção de reposição e seriam incapazes de aumentar a produção rapidamente.
Tal movimento teria relações instáveis entre os produtores, disseram as fontes, com os sauditas interessados em manter a unidade da chamada aliança Opep+, no caso de Riad querer mudar de rumo no futuro e buscar sua colaboração em um corte na produção.
Os preços do petróleo subiram para seu maior nível desde 2014, acima de 80 dólares por barril nesta semana, por temores de que um forte declínio nas exportações de petróleo iranianas por causa das novas sanções norte-americanas aumente o déficit petrolífero, juntamente com a queda da produção na Venezuela.