ABU DHABI (Reuters) - A Arábia Saudita e o Kuweit, grandes produtores de petróleo do Golfo, deram o mais claro sinal até o momento de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) planeja estender para o segundo semestre do ano um acordo com países não produtores para reduzir a oferta da commodity.
Tem crescido entre os produtores de petróleo um consenso de que o acordo de restrição da produção deve ser ampliado após o final de seu período inicial de seis meses, mas ainda não há um acordo, disse o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, nesta quinta-feira.
"Há um consenso sendo construído, mas isso não está concluído ainda", disse ele a jornalistas nos bastidores de uma conferência nos Emirados Árabes Unidos. Questionado sobre a Rússia, que não é da Opep, Falih respondeu: "nós estamos falando com todos países. Nós não alcançamos um acordo certo, mas o consenso está sendo construído."
O ministro de petróleo do Kuweit, Essam al-Marzouq, no mesmo evento, disse que espera uma ampliação do acordo.
"Nós temos um notável aumento no cumprimento do acordo por parte dos países não membros, o que mostra a importância de estender o acordo", disse ele.
"A Rússia está dentro, preliminarmente... o cumprimento do pacto por parte da Rússia é muito bom. Todos irão continuar no mesmo nível", afirmou.
Se a Opep e os produtores não membros decidirem estender seu acordo de seis meses, os cortes podem se tornar menos profundos, uma vez que a demanda por petróleo deverá ser mais forte no segundo semestre de 2017 devido a questões sazonais, segundo Marzouq.
Ele disse ainda que os produtores estão sempre em busca de mais países não membros para se juntar ao acordo, e que um país da África mostrou interesse em participar da iniciativa, sem citar nomes.
(Por Redação Opep; reportagem adicional de Mahmoud Mourad no Cairo)