SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central rolou de forma praticamente integral os swaps cambiais que vencem na semana que vem, interrompendo série de três meses de rolagens parciais em um momento em que turbulências locais e globais impulsionam o dólar aos maiores níveis em mais de doze anos.
No leilão desta sessão, o BC vendeu 2,74 mil contratos para 1º de agosto de 2016 e 8,26 mil para 1º de setembro, ou o equivalente à venda de 531,3 milhões de dólares no mercado futuro. Com isso, rolou ao todo 9,685 bilhões de dólares, ou cerca de 97 por cento do lote total, que corresponde a 10,027 bilhões de dólares.
O BC havia sinalizado que poderia dar continuidade à postura dos meses anteriores e deixar alguns contratos vencerem ao fim do mês. Operadores entenderam essa postura como um sinal de que a autoridade monetária estava disposta a tolerar um dólar mais alto, que tende a incentivar a atividade econômica via exportações.
Logo no início do mês, no entanto, o BC aumentou a oferta de contratos de forma a apontar rolagem integral, logo após a moeda norte-americana saltar às máximas desde o início de 2003. A valorização da divisa dos Estados Unidos pressiona a inflação, porque aumenta os preços de importados.
A mudança chegou a trazer alívio ao mercado, mas o dólar voltou a subir e chegou a superar 3,60 reais nos últimos dias. A apreensão com a desaceleração da economia chinesa e com a crise política no Brasil vêm levando investidores a se refugiar na segurança da moeda norte-americana.
Nesse contexto, investidores aguardam sinalizações do BC sobre a rolagem do lote seguinte de swaps cambiais, que vence em 1º de outubro de 2015 e equivale a 9,458 bilhões de dólares. Nesta sessão, o dólar avançava ante o real, mas a disputa pela formação da Ptax de agosto injetava volatilidade e chegou a levar as cotações ao território negativo.
(Por Bruno Federowski)