Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice Bovespa fechou em leve queda nesta terça-feira, após sessão volátil, na sequência de seis altas seguidas, pressionado pela queda das ações da mineradora Vale e da fabricante de celulose Fibria (SA:FIBR3).
O Ibovespa caiu 0,29 por cento, a 49.102 pontos, tendo oscilado em queda de 0,81 por cento na mínima e em alta de 1,36 por cento na máxima.
O volume financeiro no pregão somou 11,47 bilhões de reais.
O cenário externo corroborou alguma realização de lucros no pregão local, após o Ibovespa avançar 18 por cento na série de altas, com Wall Street no vermelho em meio à queda do petróleo e dados do comércio exterior chinês.
No plano local, perspectivas relacionadas à cena política ajudaram a compensar a pressão vendedora, principalmente diante de crescentes apostas na troca no comando do país e expectativas quanto aos desdobramentos da operação Lava Jato.
A sessão foi marcada por ruídos sobre potenciais novos acordos de delação premiada que poderiam implicar o atual governo, ampliação do distanciamento com o PMDB e expectativa de manifestações vultosas no domingo contra o governo.
As ações brasileiras têm sido sustentadas principalmente por investidores estrangeiros, com dados da BM&FBovespa (SA:BVMF3) mostrando que as entradas líquidas este mês já se aproximam de 5 bilhões de reais.
O Credit Suisse disse em relatório a clientes que reverteu sua preferência de longa data por ações indianas contra papéis brasileiros, mudando recomendação para 15 por cento "underweight" para Índia e 10 por cento "overweight" em Brasil em seu portfólio de emergentes.
DESTAQUES
- VALE encerrou com queda de 12,05 por cento nas preferenciais de classe A e de 14,51 por cento nas ações ordinárias, maiores quedas diárias desde outubro de 2008, após seis pregões de alta, quando acumularam ganho de quase 60 por cento. No radar esteve acordo com a australiana Fortescue, que permite também à mineradora brasileira comprar até 15 por cento de ações da companhia australiana no mercado.
- CSN (SA:CSNA3) caiu 13,61 por cento, após valorizar-se quase 65 por cento nos últimos seis pregões, em sessão marcada por realização de lucros no setor siderúrgico como um todo.
- FIBRIA e SUZANO PAPEL E CELULOSE caíram 8,87 e 7,76 por cento, respectivamente, em meio a dados mostrando queda nos preços semanais de celulose de fibra curta na China e na Europa. KLABIN, que também começou a produzir o insumo, recuou 1,24 por cento, tendo no radar ainda queda nas vendas de papelão ondulado.
- PETROBRAS teve um dia volátil e encerrou com as preferenciais em alta de 1,36 por cento e as ações ordinárias em queda de 2,62 por cento, com investidores divididos entre a queda nos preços do petróleo e expectativas relacionadas ao cenário político.
- BANCO DO BRASIL saltou 10,9 por cento, por conta das expectativas ligadas à cena política. Também no setor, ITAÚ UNIBANCO subiu 2,24 por cento, contribuindo na ponta positiva do Ibovespa.
- RUMO LOGÍSTICA avançou 9,39 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa em meio a expectativas relacionadas ao aumento de capital da companhia de logística ferroviária.
- MRV valorizou-se 3,1 por cento, chegando a renovar máxima intradia desde o início de 2013, após resultado do quarto trimestre, com lucro líquido de 140 milhões de reais, acima da média das estimativas de analistas.