KINSHASA (Reuters) - O presidente do Congo, Joseph Kabila, nomeou um novo chefe do Exército que está sob sanções internacionais pela repressão violenta da dissidência, levantando temores de repressão iminente.
A televisão estatal informou neste domingo que Kabila havia nomeado o general John Numbi para o papel de inspetor geral das Forças Armadas congolesas. Numbi foi colocado sob sanções pelos Estados Unidos, União Europeia e Suíça por supostos assassinatos de vários civis por forças controladas por ele durante vários anos.
Sua promoção foi parte de uma reforma que também incluiu o general Gabriel Amisi, também sob sanções por abusos e por vender armas a grupos rebeldes responsáveis pelo massacre de civis, promovido a vice-chefe de gabinete do Exército.
Outro general sênior, Celestin Mbala, foi nomeado chefe do Estado-maior do exército, informou a televisão estatal.
As mudanças acontecem antes de uma eleição em 23 de dezembro, em um vasto país da África Central convulsionado por grupos de milícias violentas e dividido por uma disputa sobre a recusa de Kabila de se afastar quando seu mandato expirou no final de 2016.
Teoricamente, a constituição impede Kabila, no poder desde que seu pai foi assassinado em 2001, de se eleger para um terceiro mandato. Mas ele recusa se afastar, ao mesmo tempo em que forças de segurança mataram dezenas de manifestantes por protestos contra essa decisão.
Alguns de seus aliados discutem publicamente seu direito de concorrer novamente. As marchas organizadas pela Igreja Católica no início deste ano foram recebidas com gás lacrimogêneo e tiros.
Kabila removeu Numbi como chefe de polícia em 2010, após protestos por seu suposto envolvimento na morte sob custódia policial do ativista de direitos humanos Floribert Chebeya. Mas, desde então, ele tem estado informalmente no controle de várias divisões das forças de segurança envolvidas na violência.