SÃO PAULO (Reuters) - O conglomerado avícola Grupo GTFoods, do Paraná, anunciou nesta segunda-feira que importará 90 mil toneladas de milho da Argentina, visando reduzir custos de produção em momento em que os preços do cereal no mercado interno estão elevados após fortes exportações do país.
O processo de importação vai se iniciar com uma carga de 27 mil toneladas, disse a empresa em nota, e a previsão é de outros dois carregamentos até o final do mês de maio, totalizando 90 mil toneladas, segundo a companhia que atua no norte do Paraná.
"A estratégia está alinhada à manutenção da produtividade diante da queda na oferta do cereal e da alta dos preços no mercado interno", explicou a companhia.
Outras empresas estão fechando negócios de importação com a Argentina, diante da alta de preços no mercado interno, que subiram cerca de 15 por cento no acumulado do mês na importante praça de Campinas (SP), segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O valor está próximo de 50 reais a saca de 60 kg.
Na semana passada, a Reuters informou que já havia negócios fechados para compra de pelo menos 250 mil toneladas de milho da Argentina por empresas brasileiras.
Com as importações, o grupo GTFoods disse que abastecerá os estoques até a chegada da segunda safra de milho, prevista para o início do segundo semestre.
De acordo com a empresa, as importações chegarão pelo porto de Imbituba (SC), contribuindo para a competitividade do milho importado frente ao valor praticado no mercado interno.
"Desta forma, iremos garantir o abastecimento de nossa cadeia produtiva, além de conseguir vantagens significativas que vão contribuir com a redução dos nossos custos, obtendo resultados financeiros em nossas operações", disse o gerente corporativo de Suprimentos do GTFoods, José Carlos Ferreira Junior, em nota.
Criadores de aves e suínos têm sofrido com a escassez localizada do cereal, após fortes exportações do Brasil nos últimos meses.as as importações são pequenas perto das exportações brasileiras, que atingiram níveis recordes de mais de 30 milhões de toneladas em 2015. O Brasil é o segundo maior exportador global de milho, atrás dos Estados Unidos.
(Por Roberto Samora)