MUNIQUE (Reuters) - O Estado da Bavária vai pressionar o governo federal alemão para reduzir incentivos para energia renovável, disse uma governante local de alto escalão nesta terça-feira, classificando o custo da energia verde como uma ameaça ao crescimento econômico.
"Temos que pisar no freio quanto aos custos da eletricidade. A transição energética da Alemanha não deve se tornar uma desvantagem decisiva e um risco para nosso bem estar social", disse a vice-primeira ministra do Estado e ministra de energia local, Ilse Aigner.
A visão de Ilse importa porque a Bavária, localizada no sudoeste do país, deve estar alinhada aos objetivos gerais da Alemanha na política energética. Seu partido, a União Cristã Social (CSU (SA:CARD3)), tem influência sobre o governo de coalizão da chanceler Angela Merkel, liderado pelo maior partido irmão da CSU, o CDU.
Ilse pode, portanto, influenciar um debate federal sobre o tema, planejado para este outono.
Críticos dizem que os 21 bilhões de euros (23 bilhões de dólares) que os consumidores industriais e residenciais de energia da Alemanha pagam anualmente para subsidiar energia limpa reduzem a competitividade e o investimento na economia como um todo.
Medidas de reforma no sistema devem ser estabelecidas em meados de 2016, dando início a leilões de energia renovável a partir de 2017, em substituição às tarifas fixas atualmente pagas a essas fontes.
A energia renovável já responde por mais de 25 por cento da matriz elétrica nacional, guiada pelo desejo político da Alemanha de avançar rumo a uma economia de baixo carbono.
Na Bavária, essa participação é de 30 por cento e segue em alta, graças à alta intensidade do sol que incentiva as instalações fotovoltaicas, além do uso de hidrelétricas, biomassa e energia geotérmica.
Líderes da indústria da Bavária, incluindo pesos pesados como BMW e Siemens, dizem que altos preços da eletricidade já os prejudicam, assim como a vizinha Áustria, cujo mercado de energia elétrica é alinhado ao alemão.
(Por Vera Eckert)