BUENOS AIRES (Reuters) - As terras agrícolas da Argentina plantadas com milho devem atingir cerca de 7,3 milhões de hectares para o ciclo 2023/24, informou a bolsa de grãos de Buenos Aires em relatório de pré-temporada nesta quarta-feira, embora as condições de seca possam atrasar a semeadura da safra.
A expectativa é de que os agricultores comecem a plantar milho em setembro.
A área de plantio projetada seria 2,8% vezes maior do que a área plantada na campanha anterior, que foi duramente atingida por uma seca histórica no centro agrícola da Argentina.
"Em grande parte da área agrícola, os perfis mostram reservas hídricas escassas, deixando dúvidas em torno da semeadura precoce do milho", disse a bolsa.
No sul da área agrícola, acrescentou, as terras são consideradas atualmente adequadas às condições ideais.
O padrão climático El Niño deverá melhorar as condições até o verão do hemisfério sul, acrescentou, trazendo chuvas que deverão “reduzir significativamente a área com déficit hídrico”.
“Embora a temporada comece com reservas baixas e falta de chuva, o que dificultará o plantio antecipado, à medida que a primavera avança, o El Niño trará a umidade necessária para o plantio tardio”, concluiu a bolsa.
No início deste mês, a Bolsa de Valores de Rosário (BCR) informou que as previsões meteorológicas atuais apontam para um El Niño mais moderado e que as chuvas provavelmente aumentarão a partir de outubro.
A estimativa de pré-temporada da BCR fixou a área de plantação de milho em 8,5 milhões de hectares, produzindo aproximadamente 56 milhões de toneladas -- embora tenha avisado que muitos agricultores provavelmente atrasarão ou abandonarão seus planos de semeadura de milho se não houver chuva suficiente.
(Reportagem de Eliana Raszewsi e Sarah Morland)
((Tradução Redação Rio de Janeiro))
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