SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de café caíram para apenas 1,24 milhão de sacas em julho, o menor volume em mais de 10 anos, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apesar do avanço da colheita no maior produtor e exportador mundial da commodity.
A quantidade representou queda de 42 por cento ante os 2,15 milhões de sacas observados em junho e de 22 por cento em relação ao 1,6 milhão de igual mês de 2017.
O volume contrasta com o cenário traçado recentemente pelo presidente do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Nelson Carvalhaes, que disse à Reuters que os embarques do país em julho seriam de cerca de 2 milhões de sacas.
Procurada para comentar o desempenho do setor em julho, a entidade preferiu não comentar e disse estar trabalhando em seu próprio levantamento.
A expectativa do Cecafé e de outros participantes do mercado é de que as exportações brasileiras de café reagissem a partir de agora, conforme o país colhe uma safra recorde, de quase 58 milhões de sacas, segundo previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Nas últimas semanas, o tempo seco contribuiu para o avanço da colheita no país, com as atividades envolvendo arábica acima de 60 por cento da área e as de robusta podendo terminar já nos próximos dias, disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
(Por José Roberto Gomes; Edição de Roberto Samora)