SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil iniciou o ano com exportações maiores de soja, milho e café, enquanto as de açúcar diminuíram, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, nesta quinta-feira.
Os embarques do cereal saltaram 108,3 por cento em janeiro, para 3,02 milhões de toneladas, enquanto os da soja cresceram 71,5 por cento, para 1,56 milhão de toneladas. As comparações são com janeiro de 2017.
As vendas externas de ambas as commodities se seguem a exportações fortes desde o fim do ano passado.
Os embarques de soja permanecem firmes até agora, meses após a colheita do ciclo 2016/17, em razão da produção recorde vista em tal temporada, de 114 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Isso garantiu oferta suficiente para que os produtores do país rivalizassem, inclusive, com os norte-americanos no segundo semestre, em uma janela de negócios geralmente dominada pelos Estados Unidos.
A colheita da nova safra (2017/18) está apenas começando, mas as empresas contaram com estoques da temporada anterior para impulsionar os embarques em janeiro.
Já as vendas de milho demoraram a engrenar por causa da competição com a soja nos portos do Brasil e também em razão dos preços considerados pouco atrativos por produtores. Os embarques no ano passado, apesar da safra recorde, ficaram abaixo das projeções iniciais.
CAFÉ E AÇÚCAR
Outro produto cujos embarques demoraram a ganhar ritmo foi o café, também em virtude de preços baixos, tanto que o desempenho de 2017 ficou aquém do esperado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Em janeiro, as exportações de café verde somaram 2,61 milhões de sacas, ante 2,46 milhões um ano atrás. A quantidade também superou os 2,58 milhões de sacas de dezembro.
Já as vendas de açúcar bruto diminuíram 28,5 por cento no mês passado, para 1,27 milhão de toneladas.
Maior produtor e exportador de açúcar do mundo, o Brasil está atualmente em entressafra de cana, o que por si só já reduz a oferta para venda ao exterior.
Neste ano, porém, o centro-sul, principal região produtora do país, vem de uma segunda metade de safra marcada por maior fabricação de etanol, dada a competitividade do biocombustível ante a gasolina.
(Por José Roberto Gomes)