Investing.com - O Brent fechou nesta quinta-feira (18/8) acima dos US$ 50,50, pela primeira vez em quase dois meses, dando sequência ao rali da commodity iniciado na semana passada. No intraday, o barril chegou a ser negociado em Londres acima dos US$ 51.
Os contratos futuros do WTI, em Nova York, são vendidos na casa dos US$ 48, no maior fechamento desde 1 de julho.
O enfraquecimento do dólar garantiu força extra à commodity no pregão de hoje. A moeda perdeu 0,6% frente a uma cesta das principais moedas após a ata do Fed indicar que os juros dos EUA deverão demorar mais para subir. O aumento das taxas no país provocaria um movimento de busca pelos títulos norte-americanos, valorizando o dólar, o que enfraquece os demais ativos negociados na divisa como o petróleo.
A commodity petróleo ganhou força na semana passada com a possibilidade de os países da Opep chegarem a um acordo no próximo mês para restringir a produção com o objetivo de elevar os preços. A renovação da esperança sobre um controle do mercado ocorreu após o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, indicar que o país estaria disposto a viabilizar o pacto.
Em abril, na última reunião da Opep, o reino derrubou a proposta de controle do mercado defendida por alguns países do cartel ao impor que o Irã deveria limitar sua produção, assim como os demais países. O país persa, rival regional dos sauditas, já havia negado a participação já que buscava elevar sua produção aos níveis históricos após a suspensão das sanções ocidentais impostas por seu programa nuclear.
A limitação da produção poderá incluir também grandes produtores fora da Opep, como a Rússia, que declarou interesse em limitar a produção para elevar os preços. Alguns países do cartel, como a Nigéria se mostraram céticos em relação ao possível acordo.
Também pelo lado otimista, os estoques de petróleo nos EUA surpreenderam e caíram 2,1 milhões de barris nesta semana, interrompendo uma sequência de frustrações nas previsões do mercado. Apesar da redução, o país ainda mantém níveis recordes para esta época do ano, o que preocupa os investidores já que em algum momento o estoque será desfeito para o patamar normal, disponibilizando mais petróleo ao mercado já sobreofertado.
O mercado ainda avalia o fato de a Arábia Saudita elevar fortemente sua produção antes de o possível acordo. A produção do reino subiu para 10,55 milhões de barris/dia em junho, o que poderá fazer com que um possível acordo de congelamento da produção seja realizado próximo ao recorde de extração.
Amanhã, os EUA divulgarão o número de sondas de exploração de petróleo em atividade no país. Nas últimas sete semanas houve aumento no montante de unidades ativas, o que provoca preocupação no mercado. Uma maior atividade exploratória poderá provocar um aumento da produção – ou redução no ritmo de queda – do país, dando continuidade à persistente sobreoferta do mercado internacional, iniciada em 2014.