NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - Os contratos futuros do café robusta na ICE avançaram para uma máxima de quatro anos nesta sexta-feira, enquanto os preços do arábica saltaram 2,2%, com o foco do mercado permanecendo nas perdas da safra do Brasil e nas interrupções de embarques em grandes países produtores.
CAFÉ
* O café robusta para novembro fechou em alta 24 dólares, ou 1,2%, a 2.018 dólares a tonelada, após atingir o pico de quatro anos de 2.045 dólares/tonelada.
* O café arábica para dezembro fechou em alta de 4,2 centavos de dólar, ou 2,2%, a 1,922 dólar por libra-peso.
* "O mercado está muito forte, e não vejo razão para que se estabilize tão cedo", disse um veterano trader de café dos Estados Unidos.
* "Até vermos uma boa quantidade de chuvas no Brasil, que possa nos dar uma ideia clara sobre a florada do arábica e o tamanho da próxima safra, os preços seguirão muito fortes", acrescentou.
* A Fitch Solutions disse em nota que a situação do Brasil, com as recentes perdas por geadas e pela seca, "ocorre em um momento em que as exportações do Vietnã estão restringidas por uma onda de Covid-19 e uma escassez de contêineres."
* As dificuldades para o transporte de grãos de robusta de produtores da Ásia --como o Vietnã-- para a Europa estão tornando os estoques de robusta da ICE mais atrativos.
AÇÚCAR
* O açúcar bruto para outubro fechou em alta de 0,36 centavo de dólar, ou 1,8%, a 20,04 centavos de dólar por libra-peso, após tocar mais cedo uma máxima semanal de 20,10 centavos.
* Operadores disseram que o mercado foi apoiado pela perspectiva de um déficit global na próxima temporada (2021/22), guiado em parte por uma produção abaixo do esperado no Brasil.
* A Organização Internacional de Açúcar (OIA) projetou nesta sexta-feira um déficit mundial de açúcar de 3,8 milhões de toneladas na temporada de 2021/22.
* "O mercado continua preocupado com a safra brasileira. As chuvas que deveriam vir parecem agora mais leves e contidas no sul do Estado de São Paulo. O mercado tem um viés tecnicamente positivo", disse um corretor norte-americano.
* O açúcar branco para outubro avançou 10,20 dólares, ou 2,1%, para 487,40 dólares a tonelada.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Nigel Hunt)