NOVA DÉLHI (Reuters) - O Estado de Maharashtra, no oeste da Índia, registrou 25 mortes por insolação desde o final de março, o número mais alto nos últimos cinco anos, com a probabilidade de mais óbitos em outros lugares em um país com temperaturas acima de 40 graus Celsius.
Os cientistas associaram o início precoce de um verão intenso às mudanças climáticas e dizem que mais de 1 bilhão de pessoas na Índia e no vizinho Paquistão estão de alguma forma vulneráveis ao calor extremo.
Com chuvas de monção esperadas apenas para o próximo mês e quedas de energia cada vez mais frequentes em algumas partes da Índia, mesmo as famílias que podem comprar aparelhos de ar condicionado terão pouco respiro nas próximas semanas.
Muitas das mortes em Maharashtra ocorreram nas áreas mais rurais do Estado mais rico da Índia.
"São mortes suspeitas por insolação", disse Pradeep Awate, autoridade de saúde de Maharashtra, à Reuters.
A Índia é o segundo maior produtor de trigo do mundo, mas o calor deve reduzir a safra deste ano, após cinco anos consecutivos de colheitas recordes.
À medida que a demanda por energia aumenta, as empresas geradoras estão enfrentando uma escassez de carvão, e o governo está implorando para que intensifiquem as importações.
A Índia registrou seu março mais quente em mais de um século, com a temperatura máxima em todo o país subindo para 33,1 graus Celsius, quase 1,86 grau acima do normal, de acordo com o Departamento Meteorológico da Índia. Muitas partes do norte, oeste e leste da Índia registraram temperaturas acima de 40°C no mês passado.
No Estado oriental de Odisha, autoridades disseram que um homem de 64 anos morreu de insolação em 25 de abril e centenas de outros receberam tratamento médico.
Em Subarnapur, o distrito mais quente de Odisha, uma máxima de 43,2 graus Celsius foi registrada na terça-feira.
"Está muito quente", disse Mohana Mahakur, que mora em Subarnapur. "Ventilador, resfriador de ar - nada está funcionando."
(Reportagem de Devjyot Ghoshal em Nova Délhi e Jatindra Dash em Bhubaneswar)