SÃO PAULO (Reuters) - A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) reviu para cima suas projeções para o preço da eletricidade no mercado spot, devido a menos chuvas que o esperado nas áreas das hidrelétricas.
O destaque da revisão ficou por conta do submercado Nordeste, onde a previsão de média do ano saltou para 152,58 reais por megawatt-hora, ante 46 reais na previsão anterior, divulgada no mês passado.
Já o preço spot, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), para o submercado Sudeste/Centro-Oeste deverá ficar em uma média de 50,52 reais por megawatt-hora no ano, ante projeção anterior de 35 reais, estimou a CCEE em apresentação publicada em seu site nesta segunda-feira.
No Sudeste, a perspectiva é de que os preços iniciem uma trajetória de alta em julho, até um pico de 81 reais por megawatt-hora em setembro e outubro.
Já no Nordeste a CCEE espera um preço mais elevado, de 285 reais por megawatt-hora, já em abril, ante média de 249 reais em março. A partir daí os preços cairiam até um mínimo de 73 reais por megawatt-hora em agosto, mas não chegariam a atingir o piso de 30 reais, como estimado no mês passado.
O gerente de Preço da CCEE, Rodrigo Sacchi, afirmou que as chuvas na região das hidrelétricas do Nordeste foram bastante positivas em fevereiro, mas voltaram a ficar bem abaixo da média de longo prazo em março, o que deve se repetir em abril, puxando os preços para cima.
Ele também comentou que o fenômeno climático El Niño, que tem favorecido muito as chuvas na região Sul do país, começou a perder força nos últimos meses.
"A intensidade dele vem se reduzindo... ele tende à neutralidade em meados do ano", afirmou.
A CCEE agora prevê que os reservatórios das hidrelétricas do país deverão atingir em junho um pico de 62 por cento da capacidade, ante projeção anterior de 71 por cento no mesmo mês.
(Por Luciano Costa)