CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) - Conforme a China se aproxima dos Estados Unidos como o maior importador de petróleo bruto do mundo, a demanda de refinarias privadas e um movimento de estocagem de carregamentos baratos da commodity devem manter as compras em níveis recordes, depois de uma oscilação no terceiro trimestre.
Apesar de um crescimento mais lento nos últimos meses --as importações de petróleo subiram apenas 1,3 por cento em setembro, na comparação anual--, compras para entrega em outubro e novembro subiram fortemente, disseram operadores e analistas.
As compras devem aliviar preocupações quanto a uma aguda desaceleração nas importações chinesas nos próximos meses, disseram analistas.
O aumento das compras pôde ser visto no movimento de navios-tanque e taxas de frete, disse o analista da Energy Apects, Virendra Chauhan, e especialistas estão aumentando projeções anteriores para o crescimento no segundo semestre.
"Apesar de uma economia chinesa em crescimento mais lento, importações de petróleo continuaram robustas, apoiadas em aceleradas atividades de estocagem operacionais e comerciais", disse a analista da consultoria em petróleo FGE, Wendy Yong.
Desde julho, a China garantiu cerca de 700 mil barris por dia em cotas de importação a pequenas refinarias, ou cerca de 10 por cento das importações totais, como parte de esforços para ampliar a competição e atrair investimento privado, criando uma nova fonte de demanda.
"Essas refinarias estão super ativas", disse um operador, citando que muitas delas correm para utilizar suas cotas.
Já as refinarias estatais estão voltando a estocar petróleo após um período de calmaria no terceiro trimestre.
A FGE espera que as importações de petróleo da China no segundo semestre aumentem em 12 por cento frente ao primeiro semestre, ante uma estimativa anterior de 10 por cento. No ano, as importações chinesas devem crescer 9 por cento.
(Por Florence Tan e Chen Aizhu)