PEQUIM (Reuters) - A China irá pagar subsídios de 2 mil iuanes (330 dólares) por tonelada de algodão colhido nesta temporada fora das principais regiões de cultivo, potencialmente desacelerando a queda na produção no maior consumidor mundial da fibra e reduzindo ainda mais a demanda por importações.
Operadores disseram que mesmo o valor sendo menos generoso do que o esquema de subsídios na principal província produtora, Xinjiang, ele está em linha com as expectativas, em um momento em que o país abandona o programa de compras públicas que reduziu a disponibilidade do produto no mercado e impulsionou os preços globais.
O fim das compras e a mudança para o sistema de subsídios fez os preços nos Estados Unidos caírem para mínimas de cinco anos, com temores do mercado de uma menor demanda na China.
"O novo subsídio provavelmente irá mitigar um declínio na produção no leste da China, mas eu ainda espero uma certa queda na produção", disse um operador na China, que pediu para não ser identificado. "Sem este subsídio, a produção provavelmente despencaria."
O novo subsídio estará disponível para produtores nas províncias de Shandong, Hebei, Henan, Jiangsu, Anhui, Hubei, Hunan, Jiangxi e Gansu, disse a Associação de Algodão da China em seu website, citando detalhes de uma reunião com o governo na terça-feira.
Os subsídios haviam sido inicialmente planejados apenas para Xinjiang, região no noroeste do país que responde por mais da metade da produção de algodão da China, levando analistas a prever uma forte queda na produção de algodão do país. Mas autoridades do governo disseram em setembro que os pagamentos seriam oferecidos para outros produtores também.
Por outro lado, o subsídio para as nove províncias é menor que o oferecido em Xinjiang, onde produtores receberão a diferença entre o preço de mercado e o preço mínimo estabelecido pelo governo, de 19,800 iuanes por tonelada.
(Por Dominique Patton)