BRASÍLIA (Reuters) - A China reabriu o mercado para as importações de carne brasileira, afirmou neste sábado o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, após intensa mobilização do governo para a retomada dos desembaraços aduaneiros no país.
"A liberação é um esforço gigante que foi feito aqui no Brasil com as explicações, de mostrar que as investigações estavam numa direção de investigar conduta de pessoas, comportamento de pessoas, desvio de conduta das pessoas", disse Maggi à Reuters por telefone, ressalvando que a decisão ainda não foi oficializada.
Segundo o ministro, apenas as unidades que o próprio Brasil suspendeu não poderão vender ao parceiro asiático, que foi no ano passado o maior mercado de exportação para a carne brasileira, com compras que somaram 1,75 bilhão de dólares. Além disso, a China também bloqueará e recolherá os produtos cujos certificados foram assinados por técnicos investigados na operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
"Nós continuaremos mandando produtos, vendendo sem restrição, com a suspensão das plantas que nós mesmos decidimos aqui até que nós mostremos os nossos controles finais desse assunto com a força tarefa que estamos tendo nesse momento", afirmou o ministro.
A China divulgou uma suspensão temporária das importações de carne do Brasil na segunda-feira, após as denúncias da Polícia Federal sobre supostas propinas pagas para venda de produtos sem inspeção.
O presidente Michel Temer inclusive afirmou durante a semana que ligaria para o presidente da China, Xi Jinping, para esclarecer a situação da carne brasileira. Segundo fonte do Planalto, isso deverá ocorrer até segunda-feira.
(Por Lisandra Paraguassu, Edição de Marcela Ayres)