SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte recebeu chuvas suficientes em junho para aliviar as condições da seca que foi apontada pelo governo norte-coreano como a pior em um século, embora partes do país permaneçam sofrendo com a estiagem, disse o governo sul-coreano nesta sexta-feira.
A mídia oficial norte-coreana afirmou em meados de junho que o país atravessava a pior seca em 100 anos. Acredita-se que a falta de chuvas tenha provocado o agravamento da escassez crônica de alimentos na Coreia do Norte, que tem tido um declínio na ajuda externa nos últimos anos.
"Acreditamos que a seca teve uma redução considerável em junho", disse o porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, Jeong Joon-hee, em entrevista coletiva. "As chuvas em junho aumentaram para quase 90 por cento da média, por isso deve ter aliviado consideravelmente." Jeong afirmou que em maio as chuvas ficaram em cerca de metade da média.
A agência de notícias norte-coreana KCNA informou em junho que arrozais de todo o país –incluindo nas principais regiões de cultivo do produto, nas províncias de Hwanghae e Phyongan, no sul– estavam secando devido à falta de chuvas, o que causava grandes prejuízos. Segundo Jeong, em Hwanghae e algumas das províncias do norte a seca persiste.
A escassez de chuvas em maio levou o coordenador residente da ONU para a Coreia do Norte, Ghulam Isaczai, a alertar sobre uma iminente crise alimentar, especialmente depois que o índice pluviométrico de 2014 foi o mais baixo nos registros dos últimos 30 anos.
A produção agrícola da Coreia do Norte sofre periodicamente com secas e inundações no verão, mas especialistas dizem que o governo aprendeu a reduzir os danos e a fome por meio da modernização de métodos agrícolas e permitindo o surgimento de mercados populares e uma economia não oficial que promove o comércio de alimentos.
(Reportagem de Jack Kim)