Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - As chuvas que produtores da principal região agrícola da Argentina esperam há semanas, onde uma seca afeta grandes áreas produtoras, chegarão no final de fevereiro, informou a Bolsa de Grãos de Buenos Aires nesta quinta-feira, que também prevê umidade para os próximos dias, ainda que escassas.
A Argentina é um dos principais exportadores mundiais de alimentos. No entanto, muitas de suas principais regiões agrícolas estão sofrendo com a seca devido ao fenômeno climático La Niña, que forçou as bolsas de grãos do país a realizarem fortes cortes em suas estimativas de colheita de soja e milho.
Entre 24 de fevereiro e início de março, "o leste da região pampeana, a maior parte da Mesopotamia... observarão chuvas abundantes (25 a 100 milímetros), com fortes tempestades isoladas", disse a bolsa em relatório semanal de perspectivas agroclimáticas.
As áreas que receberiam essas chuvas são as mais afetadas pela seca, o que obrigou a bolsa a reduzir suas estimativas para a safra 2021/22 de soja e milho em 2 milhões de toneladas e 6 milhões de toneladas, respectivamente, devido ao efeito da seca e altas temperaturas em dezembro e janeiro.
A previsão atual da Bolsa de Buenos Aires é de uma produção de 42 milhões de toneladas de soja e 51 milhões de toneladas de milho. As estimativas da Bolsa do Rosário são mais pessimistas, com cálculos de 40,5 milhões e 48 milhões de toneladas, respectivamente.
Enquanto isso, a bolsa de Buenos Aires apontou em seu relatório sobre o estado e condição da safra que o percentual de lotes de soja em condições "excelentes e boas" caiu para 31%, de 37% registrados na semana anterior, e que agora 23% das plantas estão no status "regular a ruim", ante 17% uma semana atrás.
"Os grandes setores (da soja) relatam heterogeneidade nas condições de cultivo, e esperavam produtividades abaixo das médias das últimas cinco campanhas", explicou a bolsa.