KIEV (Reuters) - O clima ruim durante o período de semeadura de inverno e primavera pode reduzir a colheita de trigo em Rússia, Ucrânia e Romênia, os maiores produtores do leste europeu, disseram analistas e consultorias.
A safra de trigo da Ucrânia poderá cair 35 por cento, para cerca de 17 milhões de toneladas neste ano, disse Tetyana Adamenko, do centro meteorológico estatal, acrescentando que de 6 milhões de hectares semeados para a colheita de trigo de inverno de 2016, apenas cerca de 5 milhões de hectares deverão ser colhidos.
"Nós esperamos que mais de 1 milhão de hectares semeados para o trigo de inverno sejam replantados, porque as plantas estão muito fracas", afirmou Tetyana, que disse também que 26 por cento da área de grãos de inverno da Ucrânia está sob risco.
A consultoria agrícola UkrAgroConsult projetou a safra de trigo da Ucrânia em 2016 em 17,3 milhões de toneladas.
O país, que consome cerca de 12 milhões de toneladas de trigo em uma temporada, colheu 26,5 milhões de toneladas de trigo no ano passado.
A Romênia semeou cerca de 1,9 milhão de hectares de trigo e centeio, uma queda de 12 por cento ante a temporada anterior e uma mínima em 11 anos, conforme chuvas torrenciais no outono de 2015 atrasaram os trabalhos nos campos para após o período ótimo de semeagem.
Cerca de 95 por cento da acreagem total da Romênia para trigo e centeio, ou cerca de 1,8 milhão de hectares, foram semeadas com trigo. Analistas veem a safra de trigo deste ano em entre 5 milhões e 7,5 milhões de toneladas.
No ano passado, a Romênia colheu 7,85 milhões de toneladas de trigo, de 2 milhões de hectares.
Já a safra de trigo da Rússia, grande exportador global, deverá cair em 2016 ante o ano anterior, devido a uma menor área semeada.
A consultoria agrícola SovEcon estimou que a safra de trigo de inverno da Rússia em 2016 deverá alcançar 57 milhões de toneladas, abaixo dos 62 milhões de toneladas do ano anterior.
A área de grãos de inverno do país foi reduzida devido ao tempo desfavorável no outono, mas as condições estão melhores que no ano passado devido a um inverno mais quente.
(Por Pavel Polityuk na Ucânia, Polina Devitt na Rússia e Radu Marinas na Romênia)