Investing.com - A Comissão Nacional de Política Energética (CNPE) definiu o dia 28 de outubro a realização do leilão dos excedentes da cessão onerosa. O certame será realizado sob as regras do modelo de partilha. O leilão poderá movimentar mais de R$ 100 bilhões.
O montante a ser arrecadado poderá ser dividido entre estados e municípios, de acordo com negociação do ministro da Economia Paulo Guedes ainda durante o processo de transição, que também negociou a realização do certame sem precisar da autorização do Congresso. A divisão dos recursos a ser arrecadado, entretanto, depende do aval do Congresso, atualmente em trâmite no Senado.
Petrobras (SA:PETR4)
Mesmo com a escolha da data, a revisão do acordo da cessão onerosa ainda não foi fechada com a Petrobras. A expectativa do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é que a revisão seja concluída no final de março. O ministro participou ontem, em São Paulo, de evento com empresários organizado pelo BTG Pactual (SA:BPAC11).
O leilão dos excedentes da cessão onerosa tem sido adiado nos últimos anos pela dificuldade da renegociação com a Petrobras. Em 2010, a companhia ganhou o direito de explorar 5 bilhões de barris de petróleo em áreas do pré-sal como pagamento pelo aporte da União na megacapitalização da empresa.
A expectativa é que a Petrobras seja credora do governo na revisão que estava prevista para ocorrer com a declaração de comercialidade dos campos, tendo em vista a variação da cotação do petróleo, entre outras variáveis. Além disso, a estatal poderá comercializar até 70% dos seus direitos de exploração na área de cessão onerosa com outras companhias.
A estimativa é que entre no caixa da petrolífera estatal aproximadamente R$ 30 bilhões com o leilão da cessão onerosa, segundo uma fonte ouvida pela Reuters. Estes recursos devem ajudar a Petrobras a diminuir o seu endividamento - uma das maiores dívidas do setor petrolífero - e aumentar seus investimentos.