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Por Oliver Griffin
SÃO PAULO (Reuters) - A safra brasileira de café canéfora, que inclui grãos conilon e robusta, está avançando fortemente e pode superar as estimativas iniciais em 2025, disseram especialistas do setor à Reuters nesta semana, enquanto a colheita pesa sobre os preços.
A colheita da Cooabriel, a maior cooperativa de café conilon do Brasil, com sede no estado do Espírito Santo, está em pleno andamento, disse o presidente da organização, Luiz Carlos Bastianello, em uma entrevista.
"A expectativa que temos agora é realmente de uma safra maior, possivelmente maior do que a safra de 2022, uma safra com qualidade razoavelmente boa também", disse Bastianello.
Segundo ele, a produção no Espírito Santo está prevista em mais de 17 milhões de sacas de 60 kg.
Na safra de 2022, foram colhidas cerca de 16 milhões de sacas de 60 kg, disse Bastianello.
Ele estimou que cerca de 25% da colheita total tenha sido concluída.
De acordo com a corretora StoneX, 23,4% da safra brasileira de grãos canéforas havia sido colhida até 26 de maio.
As chuvas fora de época na região do conilon durante o ciclo atual não são um problema e podem sugerir uma boa safra de conilon em 2026, acrescentou o presidente da Cooabriel.
"Os relatórios de campo indicam fortes rendimentos, e as expectativas são de que a safra possa até mesmo exceder as previsões iniciais", disse Jonas Ferraresso, agrônomo que assessora os agricultores brasileiros.
Fontes públicas e privadas estão apontando para uma safra recorde, disse Ferraresso.
Os preços da commodity caíram à medida que a nova safra é colhida, disse Fernando Maximiliano, analista de inteligência de mercado de café da corretora StoneX no Brasil.
"Os (preços) do café robusta têm caído significativamente nas últimas semanas. Isso já é um sinal da chegada da nova safra", disse Maximiliano.
No início desta semana, os contratos futuros do café robusta na ICE caíram para US$4.550 por tonelada métrica, uma mínima de cinco meses e meio.
A possibilidade de uma safra recorde está causando uma "urgência significativa" entre os produtores de Robusta para colher e vender, disse Ferraresso.
"A preocupação agora é como esse aumento da oferta pode afetar os preços nos próximos meses."
(Reportagem de Oliver Griffin)