Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) -A colheita de soja de Mato Grosso alcançou 67,75% das áreas cultivadas na safra 2021/22, alta semanal de 7,27 pontos percentuais, porém com avanço mais lento que o de semanas anteriores em meio a chuvas excessivas, disse o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta sexta-feira.
O superintendente do instituto ligado ao setor produtivo, Cleiton Gauer, afirmou à Reuters que os agricultores têm relatado muita dificuldade para entrar com as colheitadeiras nas lavouras devido às precipitações.
"Temos percebido que a chuva impactou bastante os trabalhos e já está trazendo alguns reflexos, como perda de peso e redução de produtividade", disse ele.
Segundo o especialista, o Imea está realizando um levantamento no Estado para mensurar os efeitos das chuvas sobre a safra do principal produtor da oleagianosa no país.
A expectativa é que a próxima projeção mensal de produção, que será divulgada no início de março, traga uma avaliação mais concreta. "Provavelmente a gente vai trazer essa visão se houve impacto ou não", acrescentou.
Ainda assim, o percentual colhido até esta sexta-feira supera a média histórica de 59,66% para o período.
No mesmo intervalo de 2021, quando a colheita foi atrasada por adversidades no clima, o percentual estava em 34,51%, segundo os dados.
Com o avanço nos trabalhos da soja, o plantio de milho alcançou 68,4% da área estimada, crescimento de 11,31 pontos ante a semana passada.
O desempenho também supera a média histórica de 61,36% para o período e os 35,96% registrados um ano antes.
Gauer acrescentou, no entanto, que a expectativa inicial indicava que a semeadura de 2021/22 estaria mais adiantada, não fossem as chuvas. Por outro lado, as precipitações não foram suficientes para causar replantio de milho até o momento, disse.
(Por Nayara Figueiredo; edição de Letícia Fucuchima)