SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de milho segunda safra 2020/21 se mantém em 1% das áreas no Paraná, mesmo percentual verificado no final do mês passado e com atraso quando comparada aos 3% registrados em igual período da temporada 2019/20, mostraram dados do Departamento de Economia Rural (Deral) nesta terça-feira.
Os trabalhos foram realizados somente na região sul do Estado, onde a produtividade é tradicionalmente menor, mas que teve o plantio realizado mais cedo e conseguiu escapar dos episódios de seca que afetaram a maior parte da "safrinha", disse o analista do Deral Edmar Gervásio.
"A colheita é muito incipiente ainda... essas lavouras ao sul não foram tão impactadas ou muito pouco impactadas pela questão do clima, foram plantadas bem cedo e acabaram fugindo de grande parte da situação de clima que tivemos no Estado, bem complicado", afirmou.
Segundo ele, os principais problemas vão aparecer quando a colheita avançar para as regiões oeste e norte do Paraná, locais em que a quebra já supera 30% da produção esperada.
A qualidade das lavouras apresentou uma ligeira melhora e 23% das áreas foram consideradas boas pelo Deral, contra 22% na semana anterior. Ainda assim, o desempenho da safra está muito aquém da mesma época de 2019/20, quando este percentual chegava a 43%.
Atualmente, a maior parte das áreas foi classificada em situação média (45%) e 32% aparecem como ruins --quando não há chance de recuperação, informou o departamento.
De acordo com o Deral, 13% do milho está em fase de maturação e 67% em frutificação.
Ainda de acordo com o levantamento, o plantio de trigo avançou cinco pontos percentuais na semana, para 85%. Os trabalhos estão à frente dos 79% vistos no ano passado.
As lavouras do trigo também apresentam condições melhores que as do ciclo anterior, com 95% das áreas classificadas como boas, ante 82% em 2019/20, e 5% médias, sem nenhuma avaliada como ruim até o momento.
(Por Nayara Figueiredo)