(Reuters) - A comercialização da safra brasileira de soja 2019/20 alcançou 80,6% da produção esperada até o dia 8 de maio, estimou a consultoria Datagro nesta quinta-feira, aumento de 9,1 pontos percentuais ante a projeção divulgada em abril e um recorde para o período.
Impulsionado pelo efeito do câmbio sobre os preços, o percentual superou o nível de 67,7% registrado em 2016 e também ficou acima da média histórica de 60,1%, de acordo com o levantamento. O volume de vendas da temporada somou 97,72 milhões de toneladas.
Já a comercialização antecipada da safra 2020/21 de soja atingiu 28,2% da produção esperada, também mostra um recorde para o período, ao superar a marca de 12% obtida em 2016 e está acima da média de cinco anos de 6,7%.
Na variação mensal, o avanço das vendas da oleaginosa da próxima safra foi de 8,3 pontos percentuais, disse a consultoria.
"Considerando o exercício estatístico com projeção de produção da safra nova em 128,90 milhões de toneladas, teríamos 36,39 milhões de toneladas comercializadas antecipadamente pelos produtores brasileiros", informou a Datagro.
O coordenador da área de grãos da consultoria, Flávio Roberto de França Junior, disse em nota que o esperado comportamento positivo dos preços foi confirmado, e novamente com sobras, com novos recordes alcançados.
"E a forte melhora das cotações, gerada especialmente pela explosão da taxa de câmbio, e também com prêmios firmes, fez com que os produtores retomassem o interesse de venda. Aproveitando um momento de forte interesse comprador, notadamente com destino à exportação.”
MILHO
A comercialização do milho de verão da safra 2019/20 no centro-sul do Brasil também avançou 18,2 pontos percentuais entre abril e maio, para 66,4% da produção esperada até o dia 8 de maio, estimou a Datagro. Segundo a análise, esse fluxo de negócios fica acima da média histórica de 47%.
Para a safrinha 2019/20, as vendas alcançaram 56%, acima dos 44% registrado em igual momento do ano passado e da média de cinco anos 42%, mas atrás do recorde obtido em 2016 de 59%.
No mês anterior, o percentual compromissado pelos produtores atingia 51%, segundo números revisados pela consultoria.
(Por Nayara Figueiredo)