SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deve produzir 31,7 milhões de toneladas de açúcar na atual safra 2018/19, que se encaminha para o final, projetou nesta quinta-feira a Conab, em um corte de 7,3 por cento ante a previsão anterior, feita em agosto, de 34,2 milhões de toneladas.
A redução se dá em meio à maior preferência das usinas do país pelo etanol, que tem se mostrado mais competitivo que o açúcar ao longo do ano.
Caso se confirme, o volume seria 16,2 por cento menor na comparação com 2017/18, o mais baixo em cerca de 10 anos e poderia levar o país a perder para a Índia o posto de líder global em produção do adoçante.
Em seu terceiro levantamento sobre o ciclo 2018/19, a Companhia Nacional de Abastecimento disse que do total estimado, 29,1 milhões de toneladas de açúcar serão fabricadas no centro-sul, principal polo canavieiro do país, enquanto os outros 2,6 milhões no Norte/Nordeste.
Já em relação ao etanol, a nova previsão da Conab aponta para uma produção de 32,3 bilhões de litros, ante 30,4 bilhões na projeção passada. A quantidade superaria em 18,6 por cento o visto em 2017/18 e, pelos dados disponibilizados pelo órgão do governo, seria um recorde.
Segundo a companhia, 30,2 bilhões de litros devem ser produzidos no centro-sul e 2,1 bilhões, no Norte/Nordeste.
As previsões da Conab levam em conta uma safra de 615,8 milhões de toneladas de cana em 2018/19, versus 635,5 milhões na estimativa anterior e 633,2 milhões na temporada passada.
Trata-se da menor moagem desde a safra 2012/13, segundo dados da companhia.
Segundo a Conab, a área colhida no país está estimada em 8,6 milhões de hectares, com uma queda de 1,1 por cento.
Na região Sudeste, especificamente, a diminuição ocorreu como reflexo dos problemas climáticos ocorridos e devido à devolução de terras arrendadas.
O Centro-Oeste praticamente manteve a área colhida da safra passada, apresentando leve aumento nos patamares de produtividade, segundo a Conab.
(Por José Roberto Gomes)