Por Marta Nogueira e Roberto Samora
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil exportará um volume recorde de milho em 2018/19 estimado em 40 milhões de toneladas, apontou nesta terça-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que até o mês passado previa 39 milhões de toneladas.
A exportação histórica ocorre após uma safra recorde em 2018/19, câmbio favorável e com o Brasil ganhando mercados dos Estados Unidos, maior exportador global, que foi atingido por problemas climáticos neste ano.
Uma vez que manteve a estimativa de safra 2018/19 em 100,04 milhões de toneladas, a Conab reduziu a estimativa de estoques finais, previstos em 13 milhões de toneladas em 31 de janeiro, quase 1 milhão de toneladas abaixo da projeção de novembro.
Analistas têm olhado com atenção os estoques finais de 2018/19, uma vez que a nova safra (2019/20) está atrasada ante a temporada anterior, e o mercado deve viver um aperto em algumas áreas no início do próximo ano, até a entrada da colheita de verão.
Além da forte demanda externa, a indústria de carnes brasileira tem consumido mais para atender exportações crescentes, especialmente da China, que tem comprado mais para lidar com a redução na oferta decorrente da peste suína africana.
No acumulado do ano de janeiro até a primeira semana de dezembro, as exportações brasileiras de milho somaram 40,6 milhões de toneladas, uma máxima histórica para o período, segundo dados do governo divulgados na véspera.
A nova safra de milho, por sua vez, foi estimada em 98,4 milhões de toneladas, com poucas alterações ante a previsão de novembro.
O Brasil tem sido o segundo maior exportador global de milho, após os EUA.
SOJA
A produção brasileira de soja na temporada 2019/2020 foi estimada nesta terça-feira em 121,09 milhões de toneladas, de acordo com o terceiro levantamento da Conab, que em novembro esperava uma safra de 120,86 milhões de toneladas.
Se confirmada a previsão, a produção brasileira da oleaginosa atingirá um novo recorde, com aumento de 5,3% ante a temporada passada, quando uma seca afetou a produção em algumas áreas.
A exportação de soja, por sua vez, foi estimada em 72 milhões de toneladas na nova safra, estável ante estimativa de novembro, mas um aumento na comparação com as 70 milhões de toneladas esperadas para 2018/19.
O Brasil é o maior exportador global de soja e poderá se consolidar em 2019/20 como o maior produtor, superando os EUA.
A Conab prevê produção de algodão do Brasil em 2019/20 em 2,73 milhões de toneladas (pluma), praticamente estável ante previsão de novembro e em linha com a temporada anterior.
As exportações da pluma foram estimadas pela Conab em cerca de 2 milhões de toneladas em 2019/20, forte aumento ante a temporada passada, quando atingiram 1,55 milhão de toneladas, um volume histórico.
A produção de trigo em 2019 foi estimada em 5,2 milhões de toneladas, praticamente estável ante novembro, versus 5,4 milhões de toneladas em 2018.
A Conab reduziu a previsão de importação de trigo para 6,8 milhões de toneladas em 2019, ante 7,2 milhões na previsão de novembro. No ano passado, as compras externas do Brasil, um dos maiores importadores globais, atingiram 6,7 milhões de toneladas.
(Por Marta Nogueira e Roberto Samora)