SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de energia elétrica no mercado livre do Brasil avançou 13,3% na primeira quinzena de julho em comparação com igual período do ano passado, impulsionado pelo ritmo positivo de adesões ao ambiente, enquanto o mercado regulado apurou queda, indicou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta sexta-feira.
No período, foram consumidos 21.405 megawatts médios no mercado livre, no qual indústrias e empresas de grande porte negociam contratos diretamente com geradoras ou comercializadoras. O volume corresponde a 35,9% do total de eletricidade consumida pelo país nos 15 primeiros dias do mês.
"O avanço é resultado da expansão do ambiente de contratação livre de energia, que segue um ritmo contínuo de adesões de novos consumidores", disse em nota o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, que associa o crescimento à retomada das atividades econômicas.
"Mesmo se desconsiderarmos a entrada de novas cargas nos últimos 12 meses, o segmento teria crescido 8,4%", afirmou ele.
A CCEE destacou altas expressivas nos segmentos de serviços (+35,8%), saneamento (+31%), têxteis (+26,3%), comércio (+19,2%) e veículos (+18,0%).
O avanço do consumo no mercado livre se opõe a uma retração de 1,9% verificada no ambiente regulado, em que pequenas e médias empresas e os consumidores residenciais adquirem energia junto às distribuidoras.
O setor foi responsável por uma demanda de 38.302 megawatts médios na primeira quinzena deste mês. Excluindo a migração de cargas nos últimos 12 meses, a queda do consumo no ambiente regulado seria de 4,1%, segundo a CCEE.
O Brasil tem enfrentado uma grave crise hídrica, que afeta a geração por meio das hidrelétricas - principais fontes de energia do país - e requer um acionamento maior de usinas térmicas, mais custosas, encarecendo também a conta de luz aos consumidores finais.
Além da imposição da bandeira vermelha patamar 2, de maior custo extra ao consumidor, o governo federal também tem realizado campanhas para consumo consciente de água e luz, embora negue a possibilidade de racionamento.
(Por Gabriel Araujo)