Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - As contas de luz dos brasileiros terão em fevereiro a chamada bandeira verde, que não gera cobranças adicionais para os consumidores, informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira, após sete meses consecutivos em que os custos foram elevados pelo mecanismo tarifário.
As bandeiras aumentam o custo da energia quando saem do patamar verde para o amarelo ou vermelho, o que acontece de acordo com o nível de oferta no sistema elétrico do país, que tem as hidrelétricas como principal fonte de geração.
O mecanismo vinha gerando despesas adicionais para os consumidores de eletricidade desde julho do ano passado, em situação que prosseguiu mesmo a partir de novembro, quando geralmente tem início o chamado "período úmido" na região das usinas hídricas do país.
Agora, em fevereiro, o alívio nas contas vem em meio a uma "previsão mais positiva de chuvas nas regiões onde se localizam os principais reservatórios de hidrelétricas", afirmou a Aneel em comunicado publicado em seu site.
"A expectativa é que ocorra recuperação mais intensa do armazenamento (nos lagos das usinas) ao longo de fevereiro", acrescentou a agência reguladora.
Em janeiro, o mecanismo tarifário ficou no patamar amarelo, uma vez que os reservatórios hídricos passaram o mês perto dos menores níveis já vistos para o período, registrados em 2015.
A bandeira amarela gera acréscimo de 1,343 real para cada 100 quilowatts-hora em energia consumida. Já a bandeira vermelha é dividida em dois patamares, que geram custo extra de 4,168 real e 6,243 real por 100 KWh, respectivamente.
MELHOR PERSPECTIVA
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projetou nesta sexta-feira que as chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste, que concentram os maiores reservatórios, deverão ficar em 87% da média histórica em fevereiro, enquanto a expectativa no Nordeste é de 85% da média.
Nos últimos meses, as precipitações estavam em níveis bastante abaixo do histórico, mesmo em meio ao "período úmido".
Em novembro, elas representaram apenas 61% da média no Sudeste, enquanto em dezembro foram de 81%. Em janeiro, acumulavam 73% da média até dia 29, embora com forte alta nos últimos dias do mês, em meio a intensas chuvas em diversos Estados.
As chuvas fortes dos últimos dias chegaram a causar tragédias, como em Minas Gerais, onde mais de 50 pessoas morreram, e a acender sinal de alerta sobre a segurança de barragens de mineração.
A Agência Nacional de Mineração (ANM) prorrogou nesta sexta-feira um pedido para que as empresas do setor monitorem diariamente suas barragens em Minas Gerais. O alerta inicial havia sido feito pelo órgão regulador em 23 de janeiro.
(Por Luciano Costa)