Por Marcelo Teixeira
SÃO PAULO (Reuters) - A Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo e exportadora número 1 do Brasil, afirmou nesta sexta-feira que basicamente vendeu toda a sua oferta em contratos com entregas que se estendem até maio ou junho do ano que vem.
O superintendente comercial da Cooxupé, Lúcio de Araújo Dias, disse que a cooperativa atendeu recentemente a uma demanda surpreendentemente forte, e que enfrentará dificuldades para formar novos lotes para novas encomendas de agora em diante, apesar de os cafeicultores brasileiros terem recém finalizado a colheita da safra 2019.
"Se o cliente pedir, tenho que trabalhar pra ver se consigo.. (Mas) consegue pouca coisa, o que está em depósito já tem compromisso", disse Dias.
Seus comentários contrastam com a visão geral do mercado, de que as ofertas são amplas, com a produção superando o consumo nos últimos anos e a expectativa de que o Brasil atinja produção recorde em 2020.
Dias afirmou que está ciente das conversas mencionando uma grande safra brasileira no ano que vem, mas que "até chegar lá tem um tempo".
Novos lotes de café da safra 2020 do Brasil chegarão ao mercado apenas por volta de julho do próximo ano.
"Os fundos venderam uma quantidade enorme de café nos últimos 30 dias, e esse café não existe, então não sei como vai ficar isso", disse Dias.
Os fundos têm se mantido fortemente vendidos nos mercados de café e açúcar nos últimos tempos, apostando que os preços vão seguir pressionados devido aos aumentos de produção.
Apesar dos comentários da Cooxupé, a maioria dos analistas de mercado espera uma produção de café abundante no Brasil em 2020, com alguns deles sugerindo números que chegam a 70 milhões de sacas.