Por Anna Flávia Rochas
SÃO PAULO (Reuters) - A CPFL Renováveis, empresa de geração de energia renovável do grupo CPFL, tem 500 megawatts (MW) de projetos solares em seu portfólio para desenvolvimento, mas ainda avalia se participará do leilão de energia de reserva marcado para o final de outubro com essa fonte.
Andre Dorf, presidente da companhia, vê o preço-teto definido para a energia solar no leilão, de 262 reais por megawatt-hora, como positivo, mas pondera que ainda é preciso avaliar outras condições para definir a efetiva participação no certame. A CPFL Renováveis completou nesta semana a incorporação da Dobrevê Energia (DESA), tornando-se a maior empresa de geração de energia elétrica de fontes renováveis do país.
"(O preço) está um pouco acima do que era a expectativa de mercado, mas ainda merece uma análise em relação ao investimento e as condições de financiamento do BNDES", disse o executivo, à Reuters, nesta semana.
Não existe produção nacional de todos os equipamentos solares e atualmente o mercado avalia as condições de financiamento apresentadas pelo BNDES, considerando como poderia ser o tratamento com o uso de alguns componentes importados.
Os projetos solares no portfólio da CPFL Renováveis estão no Nordeste do país, disse Dorf, que não quis divulgar as localidades específicas por questões estratégicas, segundo ele.
No total, a CPFL Renováveis tem cerca de 4 gigawatts (GW) de projetos em portfólio para desenvolvimento no futuro -- 500 MW solares, 600 MW de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e o restante de eólicas. Além dessas fontes, a CPFL atua no segmento de térmicas a biomassa, no qual o crescimento ocorre por meio de parcerias feitas com usineiros de cana-de-açúcar.
A empresa, que tem 1,8 GW de usinas em operação, já considerando ativos da DESA, tem visto oportunidades para crescimento principalmente no setor eólico, recentemente, diante das condições de competição mais favoráveis para a fonte. Mas Dorf ressaltou que a CPFL Renováveis busca ter um equilíbrio entre fontes em seu portfólio.
"A gente acredita no equilíbrio das fontes, até para diluição de risco e maximização dos retornos", disse.
No caso das PCHs, o executivo considera que seria preciso melhores condições que possibilitem desenvolver novos projetos, conforme ocorreu com a energia eólica e agora está sendo sinalizado para a solar. No caso da eólica, a empresa também avalia a participação nos leilões futuros.
A empresa não descarta novas aquisições para continuar crescendo. "A gente costuma olhar tudo que é relacionado a renováveis", disse.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)