Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo subiam na sexta-feira (15), ajudados por sinais de que o consumo está se recuperando e que os principais produtores cortaram a produção, diminuindo o excesso que causou a queda drástica nos preços.
Às 11h20 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 5,1%, a US$ 28,98 por barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent subia 2,5%, para US$ 31,91. O WTI subiu cerca de 16% na semana, enquanto o Brent subiu 6%.
Os preços subiram mais cedo na sexta-feira em reação aos dados que mostram que a produção industrial da China subiu 3,9% em abril em relação a um ano atrás, melhorando de uma queda de 1,1% em março. Esse é um sinal de que a poderosa base industrial do maior importador de petróleo do mundo está se recuperando do ataque do coronavírus.
O movimento ascendente também segue a Agência Internacional de Energia, que aumentou sua previsão de demanda para 2020 em 700.000 barris por dia na quinta-feira, dizendo que as perspectivas para os mercados globais de petróleo "melhoraram um pouco".
Ao mesmo tempo, os principais produtores reduziram acentuadamente a produção após a decisão histórica da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep +, de cortar a produção em 9,7 milhões de barris por dia em maio e junho.
Dados da Administração de Informação de Energia desta semana mostraram que a produção de petróleo dos EUA caiu pela sexta semana consecutiva para a mais baixa em quase um ano, sugerindo que o saldo demanda/oferta está se aproximando do equilíbrio e reduzindo a chance de preços negativos no vencimento dos próximos contratos futuros.
Os bancos agora veem um aumento nos preços do petróleo, com o Barclays (LON:BARC) prevendo que o Brent fique em média a US$ 51 por barril e o WTI, a US$ 50 no próximo ano, enquanto o Bank of America Merrill Lynch (NYSE:BAC) aposta no Brent a US$ 45 e no WTI a US$ 42.
No entanto, os mercados de petróleo podem não estar fora de perigo ainda.
As vendas no varejo dos EUA tiveram a maior queda mensal já registrada em abril, caindo 16,4%, após uma queda de 8,4% em março. Isso é consideravelmente pior do que a queda de 12% esperada pelos analistas e mostrou que os consumidores dos EUA ainda são notáveis por sua ausência. A produção industrial foi igualmente fraca.
Além disso, mais de 30 navios-tanque carregados com petróleo da Arábia Saudita devem chegar à Costa do Golfo e à Costa Oeste dos EUA durante maio e junho, de acordo com dados de rastreamento de navios compilados pela Bloomberg.