Por Peter Nurse
Investing.com - Os mercados de petróleo subiram na terça-feira (24), enquanto os investidores olhavam para os elaboradores de políticas esperando por estímulos adicionais para ajudar a destruição de demanda causada pela pandemia de coronavírus assim como um potencial acordo para cortar a produção.
Às 11h17 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 0,86% a US$ 23,56 por barril, enquanto o índice de referência internacional Brent subia 2,63% para US$ 27,74. Os futuros da gasolina reformulada RBOB cresciam 22,73% para 50 centavos de dólar por galão.
Apesar de o pacote de medidas de apoio econômico do Senado, que agora deve totalizar US$ 2 trilhões, ainda precisar ser aprovado, as expectativas de que um acordo deve ser atingido em breve subiram.
O secretário do Tesouro dos EUA Steve Mnuchin disse na segunda-feira que as negociações de um pacote de resgate tiveram progresso significativo e que um projeto de lei pode ser aprovado na terça-feira.
Além disso, há especulações de uma aliança entre os EUA e a Arábia Saudita para estabilizar os preços.
O secretário de Energia dos EUA Dan Brouillette sinalizou na segunda-feira que um acordo entre os dois principais produtores era uma opção para estabilizar preços, pois a guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia não dá sinais de diminuição.
Mas ele também enfatizou: “Em algum momento no futuro nós iremos começar um esforço diplomático. Mas nenhuma decisão ou nada do tipo foi tomada.”
Ainda assim, essas medidas ainda estão na teoria, e há evidências concretas crescentes do estrago sendo feito na economia global.
O mais recente índice de atividade dos gerentes de compras (PMI) da zona do euro despencou para uma mínima recorde de 31,4 em março - muito abaixo do nível de 50 pontos que significa expansão econômica.
O PMI dos EUA, compilado pelo Markit, deve ser divulgado às 10h45, enquanto a pesquisa de negócios regional do Fed de Richmond deve seguir o exemplo do índice do Fed da Filadélfia da semana passada.
O Barclays respondeu a tudo isso cortando as previsões de preços do petróleo para 2020, citando pressão considerável no mercado causada por uma guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia e uma queda na demanda devida ao coronavírus.
O banco reduziu sua previsão de preços de 2020 para o Brent e o WTI em US$ 12 cada, para US$ 31 e US$ 28 por barril, respectivamente.
“Os preços devem continuar sob pressão até que a situação do vírus seja revertida, e se continuarmos no caminho de balanços projetado pelo mercado, nem mesmo a Arábia Saudita e a Rússia ficarão imunes à queda dos preços”, escreveram analistas do banco em nota.
Enquanto isso, “as compras do governo dos EUA para a reserva estratégica de petróleo não devem aliviar a dor dos produtores dos EUA”, disse o banco.
O estoque disponível é de menos de 80 milhões de barris, de acordo com dados do Departamento de Energia, e representaria um fluxo de menos de 0,5 milhão de barris por dia quando preenchido por um período de seis meses, em comparação aos quase 10 milhões de barris projetados de excesso de oferta ao longo do segundo trimestre, acrescentou a nota.