Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - O Paraná deverá colher neste ano 10 milhões de toneladas de milho na segunda safra, queda de 18 por cento ante o volume estimado em abril, estimou o Departamento de Economia Rural nesta quinta-feira, em meio a uma estiagem nas principais regiões produtoras do Estado.
Na comparação com a temporada passada, a redução na produção é de 25 por cento, segundo o Deral.
Em abril, o órgão vinculado à Secretaria de Agricultura projetava uma "safrinha" de 12,24 milhões de toneladas, mas na semana passada já havia alertado que tal volume seria revisado para baixo em razão da seca.
Segundo maior produtor nacional, o Paraná vem sofrendo com a falta de chuvas desde o início de abril, pressionando ainda mais as plantações de milho, que já foram semeadas fora da janela ideal após o atraso na colheita de soja.
Nos últimos 60 dias, as precipitações no Estado ficaram até 149 milímetros aquém da média, dependendo da região, segundo o Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard. Para as próximas duas semanas, a expectativa é de que as chuvas retornem e até superem o normal para esta época do ano.
Isso poderia prejudicar o andamento da colheita da "safrinha", que começou nos últimos dias e alcança, até o momento, apenas 1 por cento dos 2,14 milhões de hectares semeados.
TRIGO
O Deral manteve praticamente inalterada sua previsão para a safra de trigo deste ano no Estado, em 3,30 milhões de toneladas, com um plantio de 1,04 milhão de hectares.
Havia um receio de que geadas recentes impactassem as lavouras, mas o fenômeno se concentrou em áreas com a semeadura não iniciada.
Até o momento, o plantio de trigo no Paraná alcança 52 por cento do total previsto. A produção estimada pelo Deral, se confirmada, representaria aumento de 48 por cento ante o ciclo anterior.