Por Ali Kucukgocmen e Daren Butler
ISTAMBUL (Reuters) - O crescimento econômico da Turquia desacelerou para 5,2 por cento no segundo trimestre em relação ao ano anterior, mostraram dados divulgados nesta segunda-feira, no que as autoridades descreveram como um reequilíbrio econômico antes de um enfraquecimento já esperado no segundo semestre diante da crise cambial que o país enfrenta.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, tem supervisionado um crescimento forte durante seus 15 anos no poder, mas a economia enfrenta agora desafios após uma queda acentuada na lira, desencadeada em parte por preocupações acerca de sua influência sobre a política monetária.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de crescimento de 5,3 por cento no primeiro trimestre. A lira se firmou a 6,4550 contra o dólar após a divulgação dos dados, de 6,4852 por dólar antes.
O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre cresceu 0,9 por cento em termos ajustados sazonalmente e ao calendário em relação ao trimestre anterior, mostraram dados do Instituto de Estatística da Turquia. No ano passado, a economia cresceu 7,4 por cento.
O crescimento foi impulsionado pela demanda doméstica, apesar de uma desaceleração moderada no consumo e investimentos no segundo trimestre, mas o enfraquecimento se tornará mais visível a partir do terceiro trimestre, disse o ministro das Finanças, Berat Albayrak.
O estrategista de câmbio para mercados emergentes do Rabobank, Piotr Matys, disse que, devido às preocupações com o superaquecimento da economia, a desaceleração a partir dos 7,3 por cento no primeiro trimestre pode ser vista como animadora.
"A economia turca deverá perder ainda mais força nos próximos trimestre como resultado da significativa desvalorização da lira", disse ele, acrescentando que a atenção está voltada para a reunião de definição de juros do banco central que acontecerá na quinta-feira.
Os investidores esperam que o banco central eleve os juros, mas a magnitude do aumento será crucial, acrescentou Matys. O banco deixou os juros inalterados em seu último encontro em julho, contra expectativas de alta.