WASHINGTON/CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que vai considerar cartéis mexicanos de drogas como grupos terroristas por seu papel no tráfico de narcóticos e de pessoas, o que levou o México a pedir rapidamente por negociações.
"Ele serão designados... Tenho trabalhado nisso nos últimos 90 dias. Sabe, designação não é tão fácil, você tem de passar por um processo, e todos estamos nesse processo", disse Trump em entrevista para o ex-apresentador da Fox News Bill O'Reilly, exibida na terça-feira.
Pouco depois, o Ministério das Relações Exteriores do México emitiu um comunicado, no qual informava que buscaria rapidamente um encontro de alto escalão com autoridades do Departamento de Estado norte-americano para tratar da designação legal, assim como o fluxo de armas e dinheiro ao crime organizado.
"O ministro das Relações Exteriores vai estabelecer contato com sua contraparte, Michael R. Pompeo, para discutir esta questão tão importante na agenda bilateral", disse o ministério.
Uma vez que um grupo específico é classificado como organização terrorista, é ilegal pela lei dos EUA que cidadãos norte-americanos ofereçam apoio consciente, e os membros da célula não podem entrar no país, correndo risco de deportação.
Instituições financeiras com conhecimento de que têm fundos relacionados a esses grupos devem bloquear o dinheiro e alertar ao Tesouro dos EUA.
Em reação aos comentários de Trump, o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, tuitou que seu país nunca irá tolerar qualquer movimento que viole sua soberania nacional.
"Seremos firmes", acrescentou Ebrard.
(Por Makini Brice e Eric Beech; Reportagem adicional de Diego Ore, Ana Isabel Martinez e Adriana Barrera na Cidade do México)