Por Ed Stoddard
MAPUTO (Reuters) - Uma empilhadeira de carvão caiu no Porto de Nacala, em Moçambique, representando um revés para a mineradora brasileira Vale, que planeja iniciar os embarques de carvão no local no terceiro trimestre deste ano, afirmaram três fontes à Reuters nesta segunda-feira.
A máquina gigante, que é usada para movimentar carvão e outros granéis sólidos, curvou-se na semana passada, de acordo com uma fonte da indústria de mineração com conhecimento da situação.
"Os empreiteiros estão investigando e um relatório oficial é esperado dentro de um par de semanas", disse a fonte, acrescentando que ninguém ficou ferido no acidente.
Outra fonte disse que poderia levar meses para consertar o equipamento.
Em uma declaração enviada por e-mail, a Vale confirmou que a empilhadeira de carvão, que estava nos estágios finais da construção, desabou semana passada. Uma equipe está estudando as causas do acidente, disse a companhia.
A empresa de mineração depende do porto e de uma ferrovia, que juntos são conhecidos como Corredor de Nacala, para elevar a capacidade de produção em sua mina de carvão de Moatize, no noroeste de Moçambique.
A Vale planeja atingir a produção de 11 milhões de toneladas de carvão por ano até meados de 2016 e 22 milhões de toneladas em 2017. A atual produção é de cerca de 7 milhões de toneladas.
Uma terceira fonte afirmou que a Vale vem enfrentando dificuldades em sua planta de preparação de carvão, um problema que pode impedir a companhia de atingir sua meta de produção para este ano.
Em resposta, a Vale afirmou que a parada foi devido a uma manutenção programada e que os processos ocorriam normalmente.
O projeto da Vale de Moatize tem sofrido com problemas de logística, com as dificuldades de construção e expansão da ferrovia e do porto de Nacala, impedindo o aumento da produção da mina conforme a Vale havia planejado anteriormente.
A linha férrea, de 900 km, chega a cruzar o Malauí para chegar ao porto de Nacala, no Oceano Índico. Originalmente, a Vale havia dito que previa transportar carvão pelo novo porto no primeiro trimestre de 2015.
Em dezembro passado, a empresa vendeu uma participação no projeto para a trading japonesa Mitsui, para compartilhar custos. A Mitsui comprou uma fatia de pouco menos de 15 por cento na mina e 35 por cento no transporte ferroviário e porto.
(Reportagem adicional de Silvia Antonioli, Stephen Eisenhammer e Sarah McFarlane)