RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica Eneva (SA:ENEV3) informou nesta quarta-feira que sua subsidiária Parnaíba Gás Natural (PNG) apresentou às autoridades a declaração de comercialidade de uma descoberta de gás na bacia do Parnaíba com volume estimado de gas-in-place de 2,24 bilhões de metros cúbicos.
A descoberta, cujo volume deverá permitir a recomposição do consumo de gás do complexo Parnaíba neste ano, deverá receber a denominação de Campo de Gavião Tesoura, conforme pedido da companhia à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O campo Gavião Tesoura é o oitavo a ser declarado comercial pela PGN. A partir da declaração de comercialidade, a companhia tem até 180 dias para apresentar à reguladora ANP o plano de desenvolvimento do campo.
Segundo o presidente da Eneva, Pedro Zinner, termelétricas operadas pela companhia na região do Parnaíba, no Maranhão, têm consumido de 1,6 a 1,7 milhão de metros cúbicos por ano.
"Com essa declaração, a gente já consegue repor o consumo do complexo do Parnaíba este ano", afirmou ele a jornalistas durante o seminário Rio Oil & Gas.
Ele afirmou ainda que a Eneva deve investir entre 80 milhões e 100 milhões de reais em sua campanha exploratória na área de gás em 2019 em busca de reconstituir suas reservas.
"Está muito vinculado ao despacho (das térmicas). Ou seja, quanto maior o despacho, a tendência é acelerar o investimento, e quanto mais baixo desacelera um pouco", explicou ele.
Para 2019, segundo o executivo, a previsão da Eneva é que suas térmicas sejam acionadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) durante de 50 por cento a 60 por cento do ano, mesma média do passado recente.
A Eneva possui 2,2 gigawatts em térmicas a gás e carvão, além de campos de exploração de gás natural que abastecem suas usinas. Ela ainda deverá expandir a capacidade em 363 megawatts com o chamado fechamento do ciclo da termelétrica Parnaíba I, um projeto viabilizado em um leilão do governo em agosto.
A elétrica tem como principais acionistas o banco BTG Pactual (SA:BPAC11), a empresa de investimentos Cambuhy, a alemã Uniper e o Itaú Unibanco (SA:ITUB4).
(Por Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro e Roberto Samora em São Paulo)