BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer disse neste sábado esperar que outros países liberem seus mercados para a carne brasileira na sequência do que fez a China, que havia suspendido importações na esteira da operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
"Estamos plenamente confiantes que outros países seguirão o exemplo da China", afirmou Temer, em nota.
Mais cedo, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, divulgou a reabertura do mercado chinês para a carne brasileira após intensa mobilização do governo para a retomada dos desembaraços aduaneiros no país. Segundo fonte em Pequim ouvida pela Reuters, as importações brasileiras de carne já começaram a ser liberadas em Xangai.
"A decisão do governo da China de reabrir o seu mercado à proteína animal produzida no Brasil é o reconhecimento da confiabilidade de nosso sistema de defesa agropecuária", disse Temer.
"Nosso país construiu grande reputação internacional neste segmento. E o posicionamento chinês é a confirmação de todo trabalho de esclarecimento levado a termo pelo governo brasileiro nestes últimos dias em todos os continentes", acrescentou.
O governo coordena esforços para impedir o embargo e reverter suspensões à carne brasileira após a operação da PF ter revelado que frigoríficos pagavam propina a fiscais do ministério da Agricultura para obterem a liberação de produtos.
A expectativa agora é que o movimento da China acabe influenciando outros importantes mercados, como Hong Kong, segundo maior importador de carne brasileira, tendo comprado 1,62 bilhão de dólares em 2016. A China foi o maior mercado, com 1,75 bilhão de dólares.
Ainda ecoando as consequências da operação da PF para as operações brasileiras de carne, o ministério de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente dos Emirados Árabes Unidos anunciou na sexta-feira a suspensão da importações provenientes de seis empresas brasileiras e a remoção de todos os seus produtos dos mercados do país, de acordo com a agência estatal de notícias WAM.
Entre os países que também adotaram medidas mais duras em relação à carne brasileira, estão Catar, Chile e México.
(Por Marcela Ayres)