Por Timothy Gardner e Humeyra Pamuk
WASHINGTON (Reuters) - Dois membros do governo Donald Trump afirmaram nesta sexta-feira que os Estados Unidos não têm considerado um tratamento especial à China em meio às sanções norte-americanas às compras do petróleo do Irã, como a adoção gradual das sanções ou uma isenção de curto prazo.
O posicionamento vem após Washingtom surpreender os compradores de petróleo do Irã na segunda-feira, ao exigir que eles interrompam suas aquisições até 1º de maio ou enfrentem sanções.
A administração Trump tem sido clara com a China, principal consumidora do petróleo iraniano, a respeito de não haver isenções adicionais às sanções após as que já foram concedidas em novembro, disse uma das autoridades.
"Eles sabem disso, então, até onde sei, isso não está sendo considerado", disse a autoridade, acrescentando que perguntas a respeito de um período de gradual de adoção das sanções devem ser encaminhadas ao Departamento de Estado, que não respondeu de imediato a um pedido por comentários.
Pelas leis norte-americanas de sanções, importadores do petróleo iraniano, como China, Índia e Turquia, poderiam receber um período para desaceleração gradual de suas compras antes de zerá-las, incluindo uma isenção de curto prazo.
Eventuais ações nesse sentido seriam diferentes dos 180 dias de exceção que o governo Trump concedeu em novembro à China e a outros sete importadores para que reduzissem compras de petróleo do Irã, em medida que tem fim estabelecido para maio.
Segundo a autoridade, que falou sob condição de anonimato, a China possui fornecedores alternativos de petróleo, incluindo os EUA e a Arábia Saudita.
"Nós entendemos que eles não gostam disso", disse o membro do governo sobre a aversão da China às sanções norte-americanas sobre o Irã. "Mas, ao mesmo tempo, eles tendem a agir pragmaticamente, e aceitarão o acordo que for melhor e mais confiável."
Se a China não reduzir suas compras de petróleo iraniano a zero, o governo Trump talvez tenha de tomar a decisão de bloquear bancos chineses do sistema financeiro dos EUA. Isso poderia ter consequências inesperadas sobre as finanças e negócios entre as duas maiores economias mundiais, já em negociações sobre desentendimentos comerciais.
"Poderia ocorrer", disse um dos oficiais sobre o assunto, "mas é por isso que a decisão da China é fácil. Não é uma decisão difícil para eles matematicamente. Eles fazem negócios críticos com os EUA, eles fazem negócios que não são críticos com o Irã."
(Reportagem de Timothy Gardner e Humeyra Pamuk em Washington)