Por Olzhas Auyezov e Tamara Vaal
ALMATY (Reuters) - O ex-chefe da inteligência do Cazaquistão foi preso sob suspeita de traição, informou neste sábado a agência de segurança estatal, enquanto a ex-república soviética reprime uma onda de agitação e começa a atribuir culpa.
A detenção de Karim Massimov foi anunciada pelo Comitê de Segurança Nacional, chefiado por ele até ser demitido pelo presidente Kassym-Jomart Tokayev na quarta-feira, após protestos violentos que varrem o país da Ásia Central.
De acordo com o gabinete de Tokayev, ele teria dito por telefone ao presidente russo, Vladimir Putin, que a situação estaria se estabilizando.
"Ao mesmo tempo, persistem focos de ataques terroristas. Portanto, a luta contra o terrorismo continuará com total determinação", disse ele.
O Kremlin disse que Putin apoiou a ideia de Tokayev de convocar uma videochamada de líderes da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), sob cujo guarda-chuva a Rússia e quatro outras ex-repúblicas soviéticas enviaram tropas ao Cazaquistão para ajudar a restaurar a ordem. Não estava claro quando isso aconteceria.
Dezenas de pessoas foram mortas, milhares foram detidas e prédios públicos em todo o Cazaquistão foram incendiados na semana passada na pior violência vivida no produtor de petróleo e urânio desde que se tornou independente, no início dos anos 1990, quando a União Soviética entrou em colapso.
(Por Olzhas Auyezov e Mariya Gordeyeva em Almaty e Tamara Vaal em Nur-Sultan; Reportagem adicional de Gabrielle Tétrault-Farber em Moscou)