Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina está próxima de iniciar os tão esperados embarques de milho para a China a partir de julho, disse a câmara de exportação de grãos do país à Reuters na terça-feira, o que seria um grande impulso para o país sul-americano, o terceiro maior exportador mundial do cereal.
"Ontem eles nos confirmaram que estão reunidas todas as condições para avançar com os embarques para a China a partir de julho", disse Gustavo Idigoras, chefe da câmara CIARA-CEC, confirmando pela primeira vez que os planos estavam no caminho certo para iniciar as exportações.
O governo argentino disse anteriormente que pretendia iniciar as exportações de milho para a China até julho, mas que havia procedimentos administrativos pendentes para obter licenças de importação.
"O mercado chinês está crescendo com 20 milhões de toneladas de importações por ano. O Brasil é o primeiro fornecedor. Portanto, a Argentina tem todas as condições para ser um fornecedor forte e confiável de milho para ração animal", disse Idigoras.
Os dois países chegaram a um acordo inicial no ano passado para abrir as exportações de milho argentino para a China, mas dados oficiais mostram que não foram feitos quaisquer embarques do cereal para portos chineses desde que ele foi assinado, com questões pendentes a resolver.
As nações tentaram há mais de uma década abrir o comércio de milho argentino, que tem a maior parte de sua produção geneticamente modificada. Uma pequena quantidade foi permitida na China em 2012 como teste, mas as preocupações de Pequim em torno dos transgênicos atrasaram o processo.
Agora esse atraso parece ter diminuído.
Mais cedo na terça-feira, o governo da Argentina disse que a China autorizou a importação de duas variedades de milho transgênico tolerante a herbicidas que são cultivadas no país, facilitando a passagem para exportações e ajudando os importadores chineses a obter licenças.
Os agricultores argentinos estão nos estágios iniciais da colheita do milho para a safra 2023/24, cuja produção é estimada em 47,5 milhões de toneladas pela principal bolsa de grãos de Rosário.