Por Aditya Kalra e Neha Dasgupta
NOVA DÉLHI (Reuters) - Os Estados Unidos querem que a Índia compre ao menos entre 5 bilhões e 6 bilhões de dólares adicionais em produtos agrícolas e carne de frango norte-americanos caso o governo indiano queira a retomada de uma importante concessão comercial, disseram à Reuters quatro fontes próximas às conversas.
O presidente norte-americano, Donald Trump, citou barreiras comerciais no ano passado ao remover a Índia de seu Sistema Generalizado de Preferências (GSP), um programa que permite tarifas zero sobre 5,6 bilhões em exportações aos EUA. Em retaliação, a Índia estabeleceu tarifas maiores sobre mais de duas dezenas de produtos dos EUA.
Antes de uma visita de Trump a Nova Délhi para um encontro com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, neste mês, negociadores de ambos os lados estão trabalhando nos termos de um acordo comercial que incluiria a retirada pela Índia de tarifas mais altas sobre alguns produtos agrícolas como amêndoas, nozes e maçãs, disse uma das fontes.
Ambos governos esperavam chegar a um acordo comercial restrito no ano passado, mas falharam em chegar a um acerto.
O Ministério do Comércio da Índia e a embaixada dos EUA em Nova Délhi não responderam de imediato a pedidos de comentário. O escritório do representante de Comércio dos EUA também não respondeu de imediato.
Embora a Índia tenha oferecido um alívio parcial no teto de preços para equipamentos médicos que haviam impactado gigantes do setor farmacêutico dos EUA e um recuo nas tarifas sobre alguns produtos, a equipe de Trump quer obter de 5 bilhões a 6 bilhões de dólares em compras adicionais de produtos dos EUA para restaurar os privilégios do GSP para a Índia.
Essa demanda foi apresentada pelos EUA à Índia no final de dezembro, disseram duas das fontes.
Como parte das negociações, os EUA querem que a Índia aumente importações de produtos congelados de frango, disse uma das fontes.
Além do setor agrícola, os Estados Unidos podem ser tentados a aceitar um acordo se parte dessa receita adicional for direcionada ao setor de energia, disse uma das fontes.
(Por Aditya Kalra and Neha Dasgupta; reportagem adicional de Alexandra Ulmer e Nidhi Verma)