Por Rajendra Jadhav
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia deve exportar 4,5 milhões de toneladas de açúcar em 2019/20, uma queda de quase 20% frente a uma estimativa anterior, uma vez que a queda dos preços globais devido à epidemia de coronavírus tornou vendas externas pouco atraentes para usinas, disse um representante do setor.
As menores exportações do maior produtor global do adoçante podem apoiar os preços globais, que caíram em quase um terço desde um pico em 12 de fevereiro e ajudar rivais como o Brasil a aumentar suas vendas externas.
"Não há paridade para exportação após a recente queda nos preços globais. A esse nível de preços novos negócios não acontecerão", disse à Reuters o diretor geral da Federação Nacional de Cooperativas de Fabricação de Açúcar, Prakash Naiknavare.
Anos de grandes safras e produção recorde derrubaram os preços do açúcar na Índia, o que tornou difícil para as usinas pagar dívidas.
Para reduzir as dívidas do setor e os crescentes estoques, o governo aprovou um subsídio de 137,5 dólares por tonelada para 6 milhões de toneladas em exportações na temporada 2019/20, que vai até 30 de setembro.
As usinas indianas já embarcaram 2,8 milhões de toneladas, de 3,7 milhões de toneladas com contratos assinados para exportações, segundo Naiknavare.
Mas ele disse que usinas e comerciantes têm sofrido para exportar o restante da quantidade contratada e que "alguns contratos de exportação podem ser cancelados" devido à forte queda nos preços.
As expectativas eram de que as exportações da Índia ganhassem força a partir de março, após o governo ter realocado cotas não utilizadas em fevereiro.
"A indústria de açúcar está em crise. Exportações não estão acontecendo. A demanda local está caindo. Nós não podemos pagar aos produtores de cana o preço prometido", disse o presidente da Associação de Usinas de Açúcar do Oeste da Índia, B. B. Thombare.