SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de açúcares do Brasil em setembro marcou um novo recorde mensal para todos os meses, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), publicados nesta sexta-feira.
Os embarques do maior produtor e exportador global do adoçante somaram 3,954 milhões de toneladas, de acordo com dados preliminares da Secex, superando por pouco a marca de 3,921 milhões de toneladas de agosto.
O total também apaga um recorde anterior de outubro de 2020, de 3,951 milhões de toneladas, segundo os dados da secretaria do governo.
Em relação a setembro do ano passado, o país elevou os embarques em cerca de 24%.
Apesar da quebra de safra pelo tempo seco, a estiagem no centro-sul também permite um maior aproveitamento dos dias de moagem de cana e produção de açúcar nas usinas da principal região produtora do Brasil.
Quando chove, os trabalhos de colheita precisam ser interrompidos. O tempo seco também favorece nas operações portuárias, que são paralisadas em caso de chuva.
O volume de açúcar a ser produzido no centro-sul ficará abaixo das expectativas na safra 2024/25, após prolongada seca. A consultoria StoneX, por exemplo, estima uma queda para 39,6 milhões de toneladas, ante recorde de 42,4 milhões no ciclo passado.
CARNE BOVINA
As exportações de carne bovina in natura do Brasil, maior exportador mundial do produto, voltaram a bater recorde em setembro, após registrarem novas marcas históricas mensais anteriormente em 2024, de acordo com dados Secex.
Os embarques da carne refrigerada e congelada, sem incluir produtos processados, somaram 252 mil toneladas, crescimento de 28% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O recorde anterior havia sido registrado em julho, quando a exportação de carne in natura atingiu 237,3 milhões de toneladas.
No mês de agosto, segundo dados da indústria, os embarques brasileiros tinham sido impulsionados por compras da China, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. A Secex ainda não tem detalhes dos destinos de setembro.
Do lado da oferta, a produção brasileira de carne bovina está forte, com os abates de bovinos recordes no segundo trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Entre os principais grãos, as exportações de soja e milho registraram queda em setembro, em meio a safras menores em 2024 (tabela abaixo).
No café verde, o Brasil elevou em 36,8% o volume exportado, para 243,1 mil toneladas, total muito próximo da máxima do ano, vista em maio (243,7 mil), à medida que mais lotes da nova safra chegam ao mercado.
O preço do café exportado pelo Brasil em setembro registrou alta de 36,4%, em meio a preocupações com a oferta global, o que estimula negócios.
(Por Roberto Samora)