SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de café verde do Brasil em fevereiro atingiram 2,5 milhões de sacas de 60 kg, alta de 0,9 por cento na comparação com o mesmo mês de 2015, um bom resultado para o pico da entressafra do Brasil após uma colheita que ainda sofreu os efeitos da forte estiagem, afirmou nesta quinta-feira a associação de exportadores.
O volume ficou praticamente estável ante o mês de janeiro, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Considerando também o café industrializado, as exportações atingiram 2,8 milhões de sacas no mês passado, alta de 1,5 por cento na comparação com fevereiro de 2015 e de 0,8 por cento ante janeiro, mantendo a média de exportação nos últimos três anos para o período, segundo o Cecafé.
"Os volumes embarcados em fevereiro mostram a eficiência dos produtores brasileiros, que conseguiram manter o bom nível de produção mesmo em meio a condições climáticas desfavoráveis", afirmou o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, lembrando que a safra de 2015 ainda sofreu impactos de um longo período de estiagem.
Carvalhaes disse em nota que é "importante lembrar que esses resultados foram obtidos ainda no período de entressafra, que vai durar por mais três ou quatro meses, quando teremos as primeiras colheitas da próxima safra".
O IBGE estimou nesta quinta-feira uma recuperação significativa na safra de 2016 do país, o maior produtor e exportador global, para quase 50 milhões de sacas de 60 kg.
No acumulado de janeiro a fevereiro, no entanto, houve uma redução de 4,4 por cento no volume embarcado, pela queda nos embarques de café robusta (conilon), parcialmente compensada pelas exportações estáveis de café arábica (verde) e de industrializados (incluindo solúvel e torrado).
O resultado acumulado dos últimos doze meses indica, segundo o Cecafé, grandes volumes de 36,7 milhões de sacas, "com grande destaque para as exportações de arábica (mais de 29 milhões de sacas) e solúvel (mais de 3 milhões de sacas)".
O Cecafé ressaltou que os cafés diferenciados já representam cerca de 19,9 por cento do volume total de cafés exportados, sendo 84 por cento deles com destino aos dez maiores importadores do mundo.
"Há uma tendência de aumento do consumo dos cafés especiais, ou seja, aqueles com algum tipo de certificação, como origem, gourmets, orgânicos ou até mesmo com diferenciais em termos de sustentabilidade e condições socioambientais."
(Por Roberto Samora)